São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 1997
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Prova da Unesp foi difícil, afirmam alunos

LUCIA RODRIGUES GONÇALVES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O vestibular da Unesp (Universidade Estadual Paulista) termina hoje. Mais de 70 mil candidatos (72.494) disputam 4.683 vagas, distribuídas em 15 campi (1 na capital e 14 no interior). Ontem, o índice de abstenção ficou em 11,8%.
Os candidatos responderam a questões de conhecimentos específicos de cada área. Os de biológicas fizeram questões de biologia, matemática, física e química. Os de humanas responderam a perguntas de história, geografia e português. E os de exatas ficaram com matemática, física e química.
A maioria dos candidatos entrevistados pela Folha considerou o exame difícil. Thiago Domingues Santos, 19, que presta medicina, afirma que o nível da prova de ontem foi elevado. "A minha expectativa é ir bem melhor amanhã (hoje)", diz ele.
Veridiana Kunzler Nicolini, 21, que também presta medicina, saiu da prova desanimada: "Não tenho a menor chance de passar, precisava ter ido bem em química e fui mal, já era. Vestibulando sabe quando dá e quando não dá".
As questões dissertativas de física e as de matemática foram consideradas as mais complicadas pelos candidatos de ciências biológicas. Para Ana Paula Yumi Myamura, 17, que presta odontologia, o exame de física foi muito conceitual. "A prova de física cobrava muita teoria. Deixei muitas questões em branco".
Danielle Correa Saraiva, 18, que presta odontologia, terminou a prova cedo, às 16h05, porque não conseguiu resolver muitas questões:"Fiz o que sabia, mas as de matemática estavam complicadas. Foram poucas questões, mas eram trabalhosas".
Mas nem todos consideraram o exame difícil. Sandro Rogério Alves, 19, que presta medicina veterinária, afirma que o vestibular não apresentou muita dificuldade. "As questões foram simples, deu para garantir", disse ele.
Talie Bortat, 16, treineira em odonto, achou a prova fácil. "Tudo o que eu aprendi no colégio caiu", afirmou. Ela passou para o terceiro colegial e diz que a experiência de treineira é muito importante. "Todo mundo devia fazer. Vale a pena sentir o clima do vestibular." Ela diz que no ano que vem entra na disputa para valer.
Muitos familiares torciam do lado de fora dos portões. Eram pais e avós que costumam acompanhar os candidatos da família na maioria dos exames que prestam. Ronaldo Capuano, 44, por exemplo, levou e ficou esperando a filha, que presta medicina veterinária. "Sempre acompanho a Roberta, ela não conhece bem a região", diz Capuano, que mora próximo à via Anhanguera.
Já o metalúrgico aposentado João José Romero, 66, foi junto com a neta Vanessa. Ele não sabe para qual curso a garota se inscreveu, mas afirma ter muito orgulho de acompanhá-la aos exames. Sylvio Gonçalves de Almeida, 62, veio de Osasco só para dar "apoio moral" para a filha. "Para mim é um prazer grande, desde que ela passe", brinca.
Hoje, os candidatos das três áreas responderão a dez questões discursivas de língua portuguesa e farão uma redação de tema único.

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