São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 1997
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Camisinha feminina será distribuída

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Saúde planeja distribuir preservativos femininos entre a população de baixa renda no ano de 98, em uma tentativa de refrear o avanço da Aids entre as mulheres.
Para isso, o ministério vai precisar de recursos extras, já que o orçamento aprovado pelo Congresso para o ano que vem é inferior ao que foi gasto em 97 (leia texto nesta página).
O programa de distribuição de preservativos femininos, da Coordenação de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, é subsidiado pela Unaids (órgão das Nações Unidas para o combate a Aids).
Decisão
A preocupação maior do ministério é garantir às mulheres de baixa renda o poder de decidir quanto ao uso do preservativo, de acordo com o coordenador de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, Pedro Chequer.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado ontem, o número de mulheres contaminadas pelo vírus HIV em relações heterossexuais (22%) empatou com o de homens contaminados em relações homossexuais (22,01%).
Uma das consequências do aumento de mulheres com Aids é o aumento de crianças portadoras do HIV. Somente em 97, foram notificados 652 casos em que a criança adquiriu o vírus durante a gestação.
Uma pesquisa, encomendada pelo ministério, está sendo feita pela Unicamp para identificar a aceitabilidade desse tipo de preservativo em todas as regiões do país.
"Todas as pesquisas realizadas até agora tiveram como base a cidade de São Paulo. Nós precisamos saber como é a aceitabilidade nos outros Estados, para traçar a estratégia de distribuição e, onde for necessário, fazer as campanhas educativas", disse Chequer.
As licitações para a compra dos preservativos femininos serão coordenadas pela Unaids, que conseguiu um acordo com os fabricantes, baixando o preço unitário de US$ 2,50 para US$ 0,40.
"A meta é chegar a US$ 0,20 por preservativo", declarou Chequer.
Os programas de distribuição de preservativos devem atingir também os sem-terra, índios e presidiários.
Apesar de o orçamento aprovado para a compra de medicamentos para o tratamento da Aids no ano de 98 ser inferior ao valor gasto em 97, Pedro Chequer afirmou que os recursos não vão diminuir.

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