São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 1997 |
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Corte de participação nos lucros é recusado
CLAUDIA VARELLA
"De todos os itens dos benefícios, nós nem consideramos a discussão de corte da PLR. Isso está descartado", afirmou ontem à Agência Folha o coordenador da comissão de fábrica da Volks, Clarindo Ferreira Prado, 43. Empresa e sindicato se reuniram ontem para mais uma rodada de negociações. O objetivo é tentar firmar um acordo que reduza os custos da montadora sem passar por redução de salário ou demissão em massa. A reunião começou por volta das 14h e até as 18h não tinha terminado. As negociações acontecem em meio às férias coletivas dos funcionários, que começaram ontem. Para o diretor de Recursos Humanos da montadora, Fernando Tadeu Perez, 43, a reunião de ontem serviria apenas para "troca de argumentos e análise da situação". "Vamos continuar alinhavando medidas, mas não vamos chegar a alguma coisa hoje (ontem). A gente espera fechar alguma coisa somente lá pelo dia 10 (após o fechamento do programa de demissões voluntárias, que termina dia 9)", afirmou Perez, pouco antes do início da reunião. O não pagamento de PLR está dentro da proposta de redução de benefícios que a Volks deveria apresentar ontem ao sindicato. Segundo Prado, o sindicato está aberto à negociação para o restante dos itens dessa proposta de redução dos benefícios. Dentro da proposta, estaria a redução do subsídio à assistência médica (de 85% para 50%), do adicional noturno e das horas extras. O transporte interno dos funcionários seria cortado, e o pagamento da primeira parcela do 13º salário, adiado. Haveria também, de acordo com a proposta da Volks, um congelamento das faixas salariais e o corte das folgas aos sábados. Perez não confirma oficialmente a proposta, mas disse estar "estudando com carinho" a alternativa apresentada pelo sindicato de ampliar o banco de horas (trabalhar quatro dias por semana agora e, após três meses, compensar com seis dias semanais). A Volks quer encontrar alternativas para economizar R$ 200 milhões por ano. A folha de pagamento é de R$ 1,1 bilhão por ano. Se computados os benefícios, a folha passa para R$ 1,3 bilhão/ano. A primeira medida adotada foi a abertura do programa de demissões voluntárias para os 31,5 mil metalúrgicos de todas as unidades da empresa, inclusive aposentados (cerca de 5.000). A expectativa é que a adesão ao programa fique entre 5% e 10% dos trabalhadores. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (filiado à CUT), Antonio Eduardo de Oliveira, o PLR está "amarrado" à produtividade. "Se a produtividade do ano que vem for pequena, o PLR também será pequeno. Vamos entrar (na reunião) resistindo diante da tentativa da empresa de reduzir esses benefícios." A unidade da Volks em Taubaté (134 km a nordeste de São Paulo) emprega 7.500 trabalhadores e produz 1.100 carros por dia, segundo o sindicato. Produz Gol e Parati 4 portas para exportação. Texto Anterior: Comerciários de SP obtêm reajuste salarial de 6% Próximo Texto: Inflação no ano fica entre 4,4% e 5,5% Índice |
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