São Paulo, terça-feira, 23 de dezembro de 1997
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Série reúne cinema 'indie'

DENISE BOBADILHA
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LONDRES

A televisão britânica presenteou os telespectadores com algo mais que uma programação especial de fim de ano.
"The Shooting Gallery", série em oito partes que começou na semana passada no canal independente Channel Four, reúne curtas e médias-metragens de diretores independentes. Os filmes são ligados por um tema a cada dia.
Financiado em parte pelo Channel Four e pela rede Virgin, com apoio do British Film Institute, a série "The Shooting Gallery" é uma iniciativa pela qual vale a pena rezar para que chegue a terras brasileiras.
Lançada há dois anos, a série atingiu o máximo de qualidade e quantidade em 97, abrangendo produções de outros países além do Reino Unido.
Na primeira noite, o tema foi "perigo". Foram oito pequenos filmes apresentados por Shane Meadows, 27, expoente do cinema independente inglês. Ele passou os últimos anos juntando trocados filmando histórias com amigos, como "Smalltime" e "Where's the Money Ronnie?".
Seu primeiro filme com dinheiro de estúdio, "24/7", será lançado nos próximos meses e tem Bob Hoskins encabeçando o elenco.
Meadows é exemplo para gente como Barrie White e Matt Winn, que exibiram seus filmes na primeira noite.
Winn ficou com o mais comentado, "Coming Down", uma noite num grupo de amigos clubbers e sua jornada de drogas.
"Coming Down" ganhou espaço na mídia porque alguns de seus atores realmente consumiram o que mostram no filme -ecstasy, cocaína e haxixe- como forma de atingir "uma atuação real".
Com humor negro, tensão ou drama, o tema perigo ganhou várias cores: numa das histórias, um casal faz um pacto de morte, mas descobre que se suicidar não é assim tão fácil.
Em outra, um artista plástico que vende drogas recebe ao mesmo tempo a visita de marchands evangélicos e dois traficantes cobrando dívidas.
O melhor da sequência foi "Fork in the Road", de Barrie White, sobre um trio de jovens sem destino que mantém um jogador de golfe como refém, por puro sadismo, numa estrada, no meio de uma fazenda.
Com trilha sonora cortante e edição de tirar o fôlego, White é prova de que o novo cinema britânico tem horizontes mais amplos que Danny Boyle e seus consagrados "Cova Rosa" e "Trainspotting".

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