São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 1997
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Desconfiança faz Nikkei cair 3,25%

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Bolsa de Valores de Tóquio preferiu ontem não dar crédito às declarações do governo japonês, segundo as quais a crise financeira vivida pelo país já foi superada. O índice Nikkei, principal indicador do mercado de ações do Japão, fechou com queda de 3,25%.
O maior receio dos investidores japoneses é que as medidas anunciadas na semana passada pelo governo não sejam suficientes para deter a onda de falências que atinge a economia do país.
As ações que mais caíram ontem foram as de bancos e de empresas ligadas às exportações.
As ações do grupo japonês Tomen chegaram a cair 35% na quinta-feira, diante de especulações de que a empresa precisaria recorrer à Justiça para se proteger da cobrança de credores. Na sexta, as cotações se recuperaram um pouco depois que o presidente da Tomen afirmou que esses rumores não têm fundamento.
Analistas do mercado financeiro japonês, no entanto, continuam apostando na queda das ações.
"As pessoas estão vendendo porque acreditam que podem ocorrer novas falências até a virada do ano", afirmou um desses analistas.
Falências
As falências no Japão cresceram em novembro pelo 11º mês consecutivo. Segundo economistas, outras empresas devem quebrar no ano que vem por causa da contenção do consumo e do corte de gastos do governo.
No setor financeiro, várias empresas decretaram falência desde o mês passado. A corretora Yamaichi, quarta maior do país, anunciou em novembro que fecharia, depois de admitir possuir em seu balanço US$ 2 bilhões em créditos podres.
Desemprego recorde
O índice de desemprego no Japão em novembro se manteve no nível recorde de 3,5%, segundo informou o governo japonês ontem.
Foi o sexto mês em que o desemprego atingiu a taxa de 3,5% desde maio do ano passado.
A queda do emprego atingiu especialmente a indústria da construção civil, em boa medida por conta da redução dos investimentos em obras públicas, decidida pelo governo para tentar controlar o déficit fiscal, um dos maiores dos países industrializados.
O número de pessoas sem trabalho registrado em novembro foi de 2,28 milhões, 7,5% superior ao de novembro do ano passado. A força de trabalho do Japão totalizou 65,29 milhões de pessoas na pesquisa do mês passado.
Depois de alcançar o nível recorde pela primeira vez em maio de 96, o desemprego japonês caiu um pouco para voltar a esse nível em maio e junho deste ano e novamente em outubro e novembro.

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