São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 1997
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Rede de pagers vai interligar Gaviões

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Os integrantes do Grêmio Recreativo Escola de Samba Gaviões da Fiel Torcida estão formando uma rede de comunicações via pager (aparelho de comunicação pessoal para transmissão de mensagens por frequência de rádio).
A Gaviões, que teve suas atividades ligadas ao futebol suspensas pela Justiça (leia cronologia ao lado), mas continua funcionando como escola de samba, firmou contrato com a multinacional portuguesa Mobitel, do grupo Telecom, que comercializa os pagers Mobi.
Pelo acordo, assinado no final de novembro, a Gaviões estampa sua logomarca em um aparelho, que foi batizado de "Pager Gaviões".
Além das mensagens particulares, o portador do aparelho receberá notícias a respeito das atividades Gaviões.
"Vamos informar o preço das fantasias, local e horário de saída de caravanas para acompanhar jogos do Corinthians, horário de ensaios da escola, entre outras coisas", disse Eduardo Scolese, 22, um dos tesoureiros da entidade.
A Gaviões, maior torcida organizada do país, tem 58 mil associados, segundo os seus diretores.
O "Pager Gaviões" começou a ser comercializado há duas semanas, na quadra da torcida-escola de samba, no bairro do Bom Retiro (região central de São Paulo), mas as informações específicas da Gaviões ainda não começaram a ser divulgadas. Segundo Scolese, até o final de janeiro será instalada uma central de informações na quadra, de onde sairão as mensagens da "rede Gaviões". "É outra maneira de unir os associados."
Em dois modelos (de uma linha, menos potente, ou quatro linhas), o "Pager Gaviões" custa de R$ 117,00 a R$ 198,00. A mensalidade é de R$ 31,50.
O presidente da Gaviões, Douglas Deungaro, o "Metaleiro", alegou que "a suspensão das atividades da torcida não impede que a entidade assine convênios".
O promotor Fernando Capez, responsável pelo inquérito que suspendeu as atividades da Gaviões, disse que os torcedores terão que "tomar muito cuidado".
Segundo ele, qualquer comunicação que trate das atividades ligadas ao futebol da entidade caracterizará "crime de desobediência".
"Nesse caso, vou pedir ao juiz o cancelamento do contrato e a imposição de uma multa, de R$ 10 mil por dia de descumprimento."

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