São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 1997
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Estilos opõem 'recuperadores' latinos

FERNANDA PAPA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sul-americanos, cabeludos, um tanto prodígios, os opostos "outsiders". Gustavo Kuerten, 21, brasileiro, e Marcelo Ríos, 22, chileno, são responsáveis pela recuperação do interesse pelo tênis na região.
Para tanto, em três e quatro anos de carreira profissional, respectivamente, colocaram-se entre os dez melhores tenistas do mundo, por alguns dias deste ano.
O feito não era alcançado desde 1990, quando o equatoriano Andres Gomez também ficou entre os "top ten", mais precisamente na quarta colocação.
Ascensão
Kuerten conquistou seu lugar com menos resultados, mas uma grande performance. Venceu um torneio do Grand Slam, o Aberto da França, evento preferido de Ríos, que ainda busca sua façanha em um dos quatro torneios mais importantes do mundo -os Abertos da Austrália, da França e dos EUA e Wimbledon.
Mas, no início do ano, Kuerten, então 87º tenista do ranking da ATP, tinha outros objetivos. Após cair na segunda rodada na Austrália e perder para o norte-americano Jim Courier na Copa Davis, fez a previsão de que estar entre os 50 ou 60 melhores do mundo "estaria bom". Hoje, depois de Roland Garros, é o 14º.
Os estilos são opostos. Ríos é canhoto, Kuerten, destro. Ríos prende o cabelo em um rabo-de-cavalo. Kuerten prefere a bandana e de cores mais espalhafatosas.
Podem se dar bem em termos de gosto musical -Kuerten diz gostar de todos os gêneros.
Eles se divertem juntos. Isto é, Kuerten gosta de se divertir com Ríos. Fãs não faltam dos dois lados. E dizem que há muito respeito entre ambos, que se conhecem desde os tempos de juvenil.
Vantagem chilena
Na época, além de ter sido parceiro de duplas, Ríos enfrentou muitas vezes o também brasileiro Márcio Carlsson, 23, com quem Kuerten cresceu treinando, sob orientação de Larri Passos.
Entre Ríos e Kuerten, houve apenas dois confrontos antes de se tornarem profissionais. O chileno venceu os dois.
O terceiro está marcado para amanhã, no ginásio do Gigantinho, em Porto Alegre (a partir das 10h30).
Será apenas uma exibição, um bate-bola, mas pode ser uma previsão do que o circuito da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) guarda para os dois.
Ambos participarão do Aberto da Austrália, no mês que vem.

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