São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 1997
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Ríos diz ter 'atitude de campeão'

FERNANDA PAPA
DA REPORTAGEM LOCAL

Marcelo Ríos tem um lado pouco conhecido do público que acompanha sua rebelde carreira no tênis internacional. Ao lado dos amigos, é atencioso e até doce. Sente-se um pouco responsável pela renascimento do tênis na América do Sul e continua pouco preocupado com os que as pessoas falam dele. Admite, no entanto, que gosta de receber elogios. Também sabe gastá-los para falar, por exemplo, de pessoas como Gustavo Kuerten.
(FeP)
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Folha - Como é sua relação com Kuerten no circuito?
Ríos - Somos amigos, como acontece com quase todos os tenistas de língua latina. Talvez o Gustavo seja ainda mais amigo porque é divertido e simpático sempre.
Folha - Você acha que o tênis sul-americano se resume a você e Kuerten?
Ríos - Não somos só eu e ele. Também há mais jogadores, como (Fernando) Meligeni, (Hernan) Gumy, (Marcelo) Filippini, etc. É verdade que eu e o Guga nos destacamos mais por causa dos resultados que tivemos em 97. De qualquer jeito, espero que outros jogadores latino-americanos comecem a ganhar mais coisas também. É necessário.
Folha - O circuito está mais competitivo que nunca. Você acha que, como Kuerten, para chegar aonde está, teve de ser um jogador mais completo que Guillermo Vilas ou Andres Gomez em suas épocas?
Ríos - Sem dúvida o tênis evoluiu muito. Nós somos bons em nosso tempo, da mesma forma que Vilas, Borg, McEnroe foram no deles. Mas acho que, se fossem de nossa geração, também seriam grandes campeões porque a diferença está na atitude dos campeões, e eles a tinham. Eu e Kuerten também a temos.
Folha - Como seria o circuito sem você?
Ríos - Existiria do mesmo jeito. Mas espero que muitas crianças se inspirem em mim e em outras figuras do tênis, já que estou aqui.
Folha - Como está o tênis no Chile?
Ríos - Talvez aconteça um "boom" agora graças a mim. De qualquer forma, acho que falta muito trabalho a ser feito.
Folha - Qual a sua maior preocupação no momento?
Ríos - Nesse momento é me preparar para a próxima temporada. Às vezes pode parecer que tudo está a mesma coisa, que não ligo para nada, mas a verdade é que muitas coisas me preocupam. Só que prefiro guardá-las para mim, por isso sou um pouco diferente.
Folha - Como você se vê hoje?
Ríos - Sou como sou. Se as pessoas gostam de mim ou não é uma coisa que não me tira o sono. Mas é sempre melhor ouvir coisas agradáveis sobre mim do que ruins.
Folha - Você mudou desde que começou a namorar?
Ríos - Acho que não. Amadureci mais como pessoa e melhorei alguns aspectos do meu jogo como a concentração e a preparação física.
Folha - O que você mais gosta no tênis?
Ríos - Vencer jogos.
Folha - E fora do tênis?
Ríos - Música, Green Day, cinema, outros esportes, ficar em Santiago, onde saio com meus amigos.

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