São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 1997
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Para Kuerten, 'virão outros bons'

FERNANDA PAPA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em plena pré-temporada, Gustavo Kuerten aproveita a partida de exibição contra Ríos visando afiar seus golpes para 1998.
O brasileiro adora jogar para a torcida nacional e tenta, pela primeira vez em sua vida, derrotar o talentoso chileno. Um encontro "mais sério" dos dois, valendo pontos para o ranking mundial, pode acontecer no Aberto da Austrália, dentro de três semanas.
(FeP)
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Folha - O que você espera desta partida em Porto Alegre?
Gustavo Kuerten -Será um teste muito bom para mim, pois venho treinando forte.
Folha - Como você descreveria o jogo do Ríos?
Kuerten -Ele é simplesmente imprevisível, é de outro planeta. Tem um "feeling" da bola que poucos no mundo conseguem ter.
Folha - Em quadras rápidas, quais as chances de um contra o outro?
Kuerten -Iguais.
Folha - Considerando a competitividade do circuito atualmente, você acha que, ao lado de Ríos, seja mais completo que outros destaques sul-americanos, como Guillermo Villas e Andres Gomez?
Kuerten - Os dois foram gênios. Nós temos que trabalhar muito para chegar aonde eles chegaram.
Folha - Qual a importância que você acredita ter para o tênis sul-americano? E o Ríos?
Kuerten - O Ríos abriu as portas dos sul-americanos, fazendo com que eu e os mais jovens começássemos a sonhar, pois jogamos com ele quando éramos juvenis. Eu, talvez por ser menos irreverente, tenho um estilo mais lutador, passo uma imagem diferente.
Folha - Como é a relação de vocês nos circuito? Bons amigos?
Kuerten -Conversamos, rimos, mas nada de mais.
Folha - Como você definiria sua personalidade e presença em quadra, comparando-se com o Ríos?
Kuerten -Nossos estilos são diferentes. Eu preciso de mais concentração e acho que ele tem um estilo próprio, joga fácil.
Folha - Qual a sua maior preocupação no momento?
Kuerten -Saúde, alegria, esperança de um bom ano. Vivo o dia a dia no momento, em treinamento intensivo.
Folha - Que futuro você vê para o tênis sul-americano?
Kuerten - Sempre aparecerão mais valores. Mais cedo ou mais tarde, com trabalho, chegarão outros Ríos...
Folha - Você se acha, ou sente, mais querido que o Ríos?
Kuerten -Não sei.
Folha - O que mais gosta no tênis?
Kuerten -Gosto de tudo no tênis. Desafio, viajar, estar no circuito, treinar e ganhar.
Folha - O que melhorou no seu tênis durante a pré-temporada neste mês?
Kuerten -Continuo com o mesmo número 44 (referindo-se aos tênis que usa nos pés)... Aproveito, desde os 14 anos, para fazer um trabalho geral, tanto na parte física quanto na parte técnica, e me sinto cada vez mais forte.
Folha - O que pediu de Natal?
Kuerten - Já ganhei muita coisa neste ano. Se eu ficasse pedindo mais alguma coisa, estaria sendo egoísta.

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