São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 1997
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Palmeirenses recriaram a Mancha Verde

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Proibidas de entrar nos estádios no Estado desde 95 por uma portaria da Federação Paulista de Futebol e, em alguns casos, por determinação judicial, até de existir, as torcidas organizadas de São Paulo têm se utilizado vários artifícios para sobreviver.
Ao mesmo tempo em que a Gaviões da Fiel negociava o convênio com a Mobitel para o lançamento do pager Gaviões, os integrantes da Mancha Verde, maior organizada do Palmeiras, extinta pela Justiça no ano passado, tramavam o ressurgimento da torcida, sob o nome Mancha Alviverde.
Com base em um inquérito do promotor da Cidadania Fernando Capez, a Justiça determinou, em maio de 96, o encerramento das atividades da Mancha.
Capez solicitou o fechamento da organizada após uma briga no Pacaembu, que causou a morte de um torcedor do São Paulo.
No inquérito, o principal motivo alegado para a extinção foi, segundo ele, "a participação dos dirigentes na instigação dos associados e a participação efetiva deles nos atos de violência".
Liderados pelo presidente da Mancha à época da extinção, Paulo Serdan, os torcedores criaram um novo estatuto, fizeram uma reformulação completa na diretoria e conseguiram, em 11 de dezembro último, registrar a nova entidade no 3º Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo.
O presidente da Gaviões, Douglas Deungaro, o "metaleiro" apoiou o procedimento. "Para as organizadas foi bom, porque passou a perna no Capez", disse.
O principal objetivo da criação da Mancha Alviverde, acompanhar o Palmeiras na segunda partida da decisão do Brasileiro, no Rio, foi alcançado.
Um comboio de 25 ônibus transportou cerca de 1.200 "manchistas" ao Maracanã.
Mas, apesar da mudança de nome e discurso -que prometia "um novo conceito de organizada", voltado para a pacificação dos associados-, o que se viu na viagem, como mostrou a Folha, foi a mesma Mancha Verde de sempre.
Embora não tenham sido registrados atos de violência, os hinos estimulando a pancadaria, bandeiras e uniformes revelaram que a Mancha mudou de nome para continuar a mesma torcida.
(FV)

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