São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 1997 |
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Peruanos tocam 'Índia' e 'La Chalana'
CARLOS BOZZO JÚNIOR
"São todos o mesmo ser. Primeiro, chamava-se El Verbo, antes de se chamar Wayra-Kocha, depois Jeová e, por último, chamou-se Jesus Cristo, que é para quem nós dedicamos a nossa música e nossa arte", diz Victoria, que está há dois anos no Brasil, investigando, segundo ela, cientificamente, música e cultura. "A música folclórica do Brasil é muito rica. Quando da conquista espanhola no Peru, muitos incas vieram para cá, deixando marcas da nossa música por aqui. Portanto, sou uma enviada do povo inca para estudar e investigar a cultura e a música", diz ela. "A cada vez que tocam um berimbau perto de mim, o som me traz muita saudade...". Antes de tocar harpa, Kuricillio estudou violino: "Toco harpa há quarenta anos. A minha é paraguaia, diatônica, como todas as sul-americanas. São diferentes das européias, que são cromáticas e que, por meio de pedais, mudam de tonalidade. A minha tem apenas notas naturais, que enfrentam sol, chuva e até quedas no chão." Sobre tocar na rua, ele diz que "faz com que eu me sinta livre para aprender outras culturas. Nas ruas, todos os dias, vê-se novas pessoas e novas situações. Por isso, minha música fica mais rica." As músicas "Índia", "El Condor Pasa" e "La Chalana" são as mais pedidas para a dupla, que toca, em média, cinco horas por dia, de segunda a domingo, vendendo cerca de R$ 30 por dia em fitas cassete. Segundo eles, tudo melhorará quando tiverem um grande sonho realizado: gravar com Roberto Carlos. "Com ele, divulgaríamos nossa cultura mais facilmente", sonha Kuricillio. (CBJ) Texto Anterior: Pandeiristas levam deboche ao centro Próximo Texto: Flauta de Pinzindin foi à rua há 9 anos Índice |
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