São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mercedes e Peugeot disputam espaço vago

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Mercedes-Benz e Peugeot prometem disputar o vácuo deixado na F-1 com a saída da Renault, ocorrida no final desta temporada.
As duas montadoras demonstram ter ambição suficiente -leia-se dinheiro- para transformar suas unidades em usinas de vitórias e títulos, a exemplo do que a fábrica francesa fez nesta década, equipando as escuderias Williams e Benetton.
A Mercedes saiu na frente na corrida graças à sua associação com a McLaren, que, apesar de ainda buscar reviver o desempenho dos anos 80, é um dos quatro times de ponta da categoria.
A Peugeot optou por um caminho mais árduo. Associou-se com a Jordan em 95 e agora abraça o projeto francês de Alain Prost, procurando ascender ao grupo de elite junto com o competente tetracampeão mundial.
Alicerces
Preterido pela McLaren no final de 94 em favor da Mercedes, o projeto da Peugeot dá a impressão de ter mais alicerces, com uma preocupação de longo prazo.
O programa alemão, em contrapartida, é bem mais imediatista e dispendioso -especula-se que a fábrica tenha mesmo comprado parte das ações da McLaren.
Curiosamente, o desempenho dos motores na última temporada espelha de forma fiel a filosofia de seus fabricantes: enquanto os Peugeot trocaram a falta de confiabilidade pela maior velocidade final da categoria, os Mercedes se mostraram mais potentes e, na mesma medida, sujeitos a quebras.
Mas, mesmo que haja disputa entre as duas fabricantes, o adversário a ser batido continuará sendo a unidade fabricada pela preparadora Mecachrome, que assumiu a responsabilidade pela produção dos antigos Renault.
E como tanto Williams como Benetton estão pagando agora pelos propulsores, não há obrigação de divulgação.
David Richards, novo chefe executivo do time italiano, já deixou claro que procura uma montadora para inscrever seu nome no cabeçote do motor, a exemplo do que a Yamaha fará em 98 com o Hart V10 da Arrows.
"Se ninguém estiver interessado, vou chamá-lo simplesmente de V10", decretou Richards.
(JHM)

Texto Anterior: Até espelho retrovisor muda em 98
Próximo Texto: A formação ideal
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.