São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 1997
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Baixada pode ficar sem água no réveillon

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O risco de falta de água será o principal "fantasma" dos veranistas que vão passar o réveillon na Baixada Santista.
O forte calor -temperaturas próximas dos 40 graus- e o excesso de pessoas -o Ano Novo deverá dobrar a população fixa de 1,31 milhão de habitantes da região metropolitana- levaram ao limite a capacidade do sistema de abastecimento.
A situação poderia ser pior se não tivesse ocorrido a tempo o reparo da adutora sob o rio Aguapeú, que rompeu em Itanhaém e provocou falta de água anteontem, durante todo o dia, no litoral sul. A Sabesp instalou uma adutora provisória junto à ponte que cruza o rio e reiniciou o fornecimento na madrugada de ontem.
O superintendente regional da empresa, Francisco Corrêa, afirmou que ontem a água ainda não estava chegando em bairros periféricos de Itanhaém, mas que isso deveria ocorrer na manhã de hoje.
Em todas as cidades do litoral, os bairros distantes do centro são os mais prejudicados por problemas no fornecimento ou alta excessiva do consumo, porque estão situados nas extremidades da linha de abastecimento.
Esse é o caso de bairros como Canto do Forte e Vila Sônia, em Praia Grande, Perequê e Jardim Acapulco, no Guarujá, Jardim Oasis, em Itanhaém, ou a área continental de São Vicente.
No Guarujá, havia ontem uma situação de baixa pressão generalizada em toda a cidade, informou o gerente local da Sabesp, Reinaldo de Castro Prado.
A empresa estava sendo obrigada a usar carros-pipa, durante todo o dia, para suplementar as necessidades de hospitais, policlínicas e da cadeia pública.
Baixa pressão
"Esses moradores têm de aguardar pressão suficiente para encher a caixa", afirmou o gerente.
Segundo ele, muitas casas de bairros como Pernambuco e Enseada se encontram nessa situação. Mas a maioria dos edifícios não enfrenta esse problema porque dispõe de caixas d'água térreas, informou.
O engenheiro da Sabesp prevê que a crise no abastecimento deve durar pelo menos até domingo, último dia do feriado prolongado de Ano Novo.
Causas
Em Bertioga, a Sabesp tentava ontem identificar as causas da falta de água no Jardim Rio da Praia. Havia uma suspeita de obstrução na rede ou vazamento. Dois caminhões-pipa estavam atendendo o bairro. O gerente da empresa em Bertioga, engenheiro Wilson Bassotti Filho, estimou que o fornecimento ontem era normal em 70% a 80% da cidade.
Segundo ele, a duplicação neste ano do sistema de abastecimento da cidade -cuja produção passou de 64 para 110 litros por segundo- vai evitar o caos do ano passado, quando a prefeitura chegou a decretar calamidade pública.
"Comparado com o ano passado, melhorou bastante. Mas, mesmo com a duplicação, toda a água produzida está sendo consumida. Se a gente ainda estivesse com 64 litros por segundo, estaríamos fritos", disse.
No próximo dia 15, está prevista a inauguração de uma nova estação de tratamento de água em Bertioga, que ampliará a capacidade de fornecimento em mais 80 litros por segundo.

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