São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 1997 |
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Secretário anuncia acordo para rebelião MARCELO OLIVEIRA MARCELO OLIVEIRA; WAGNER OLIVEIRA
WAGNER OLIVEIRA O secretário da Administração Penitenciária, João Benedicto de Azevedo Marques, anunciou ontem à noite o fechamento de um acordo para que os 17 reféns e os parentes de presos da Casa de Detenção de Sorocaba (87 km de SP) sejam liberados às 9h de hoje. A rebelião na cadeia, onde 11 presos armados tomaram 17 agentes penitenciários como reféns e impediram a saída de 670 familiares de presos, completou 55 horas ontem às 23h. Os líderes do motim aceitaram a transferência para cadeias do interior do Estado. Os locais não foram divulgados. Os parentes dos detentos estavam na cadeia desde domingo. As negociações foram encerradas às 20h30 de ontem. Até a tarde de ontem, apenas 58 familiares de presos, a maioria mulheres e crianças, tinham saído do presídio. Parte dos reféns poderia ter sido liberada ontem, mas o secretário e um funcionário da casa de detenção disseram que os reféns não aceitaram a idéia. Segundo o agente penitenciário Nilson de Oliveira, os reféns preferem sair todos juntos. Na saída do secretário, chegou ao presídio um caminhão com integrantes da tropa de choque. A chegada coincidiu com a queda de energia no bairro de Aparecidinha, onde fica a Casa de Detenção. Houve tumulto no interior da cadeia. Os parentes de presos e familiares que estão em frente ao local temiam que a PM estivesse preparando uma invasão noturna, o que foi negado pelo secretário, que afirmou que a tropa de choque policiaria a área externa da Casa de Detenção para evitar fugas durante a madrugada. Às 20h45, a PM começou a deixar a área da Casa de Detenção. O caminhão do choque deixou o local minutos depois. Reviravoltas Durante o dia, as negociações entre o secretário, o juiz corregedor Ivo de Almeida e os presos sofreram várias modificações. Chegou a ser cogitada a libertação dos reféns e a transferência dos presos ontem mesmo, mas uma reportagem de TV que mostrou uma simulação de agressão e tortura feita pelos presos irritou os líderes do motim, que cancelaram o diálogo. Às 13h, os presos pediram por meio de uma carta um carro-forte para a fuga, pedido negado pelo secretário. Após outra rodada de negociações, os presos (leia texto nesta página) passaram a pedir a libertação de cinco colegas da penitenciária de Taubaté que já teriam cumprido pena e a transferência dos líderes do motim para outros Estados, desistindo do carro-forte. Durante a tarde, os presos aceitaram a transferência para o interior. Texto Anterior: Médicos são presos por omissão de socorro Índice |
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