São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 1997
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O balanço de 1997

LUÍS NASSIF

No último dia do ano, apresento um balanço sintético do trabalho da coluna, para que o leitor possa visualizar melhor as linhas de cobertura e análise e exercer a devida crítica sobre o trabalho apresentado.

Imprensa
Em sucessivos episódios, procurei investir contra as unanimidades da mídia. Foi assim nos casos Cláudia Liz (18/01), Osmar Santos (02/02), do Hospital das Clínicas de Curitiba (21/04), do ex-militante petista Paulo de Tarso (24/06), da TAM (18 e 19/07) e dos assassinos do índio pataxó, em Brasília (15, 17, 18, 19, 21 e 24/08).
O caso mais complexo foi o da CPI dos Precatórios, que motivou série de colunas (24, 26 e 28/02 e praticamente os meses de março e abril) e inspirou a coluna "Os Rambos da Imprensa" (12/04).

Política industrial
Procurei identificar alguns princípios da nova política industrial, a partir de experiências bem-sucedidas (11/01). Em setembro, começo a falar do modelo italiano de desenvolvimento (14 e 27/09), sua importância dentro do novo esforço exportador brasileiro (21/10), as experiências brasileiras que se aproximam dele, como a do setor calçadista de Birigui (25/10).
A nova configuração da indústria petroquímica merece série de colunas (19, 24, 25/09), assim como o novo desenho do setor sucro-alcooleiro (06/10) e o programa de fruticultura (18/12). Sem deixar de lado a crítica ao modelo automotivo (08/07).

Exportações
Abordei a questão do comércio exterior dentro de uma visão sistêmica, definindo o papel que caberia a cada agente (17/04 e 25/06). E também os novos paradigmas da exportação, que passam pela batalha em cada frente de disputa internacional (12/10), além de ênfase especial na promoção comercial (24/10) e na diplomacia.

Qualidade
Qualidade Total foi tema permanente das colunas. Desde os alertas do professor Vicente Falconi Campos sobre a necessidade de aprofundar os programas (12/02), até a descrição de inúmeras experiências bem-sucedidas -como da Escola Estadual Madre Carmelita, de Belo Horizonte (14/06), e os programas de qualidade da Petrobrás (16/09), Cesp (30/09), INSS (22/10), BB (09/12) e a utilização da Qualidade Total no programa de exportações brasileiro (26/09).

Teoria econômica
Durante todo o ano, insisti nas discussões sobre a incapacidade da atual análise econômica em entender o momento brasileiro. Foi assim em janeiro, a propósito da morte de Mário Henrique Simonsen (10/01), e em sucessivas colunas sobre a análise econômica atual (27 e 28/08, 13, 15, 16 e 17/12). Critico também alguns mitos da análise econômica, como o controle de caixa pelo Tesouro, independentemente da análise da qualidade do investimento público (26/06). Ou a incapacidade do Banco Central de avançar além da mera análise dos agregados monetários (13/08). Em contraposição, defendi o modelo gerencial do Brasil em Ação (27/10), que trouxe nova racionalidade na definição dos gastos orçamentários.

Saúde
Aderi à bandeira dos consórcios municipais de saúde, assim como dos novos modelos de saúde, fundados na prevenção e na visão sistêmica da saúde (20/09, 01, 07, 09 e 17/10)

Controle social e balanços
Defendi formas de controle social sobre as empresas, por meio de mecanismos de mercado (27/04), como o projeto de lei que institui a obrigatoriedade do balanço social das empresas (16/05). A partir do caso Encol, defendo que empresas que tratem com público, ainda que de capital fechado, sejam fiscalizadas pelos órgãos de mercado, como Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Banco Central (29 e 30/08 e 03/09).

Mudanças institucionais
Tratei das novas agências reguladoras da economia (Anatel, Aneel, Cade etc.) em sucessivas colunas (02/05, 09/05, 13/07 e 14/07). Apresentei em primeira mão o projeto de reforma fiscal de Pedro Parente (18/09) e a lógica da reforma administrativa (25/11) de Bresser, dois documentos fundamentais para a definição do novo modelo de Estado.

Ciência e tecnologia
Em novembro, trago à baila a questão da ciência e tecnologia, pontos centrais na definição de uma economia competitiva (26/11, 01, 03, 04, 05, e 08 e 12 e 23/12).

Personagens
Procurei também enaltecer personalidades nacionais, que tiveram papel relevante na formação dos valores nacionais. É o caso de Pixinguinha (18/01), Barbosa Lima (20/01), Castro Alves (24/05), Paulo Freire (04/05), Betinho (12/08). E do principal personagem nacional, os "moreninhos" (19/05).

E-mail: lnassif@uol.com.br

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