São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 1997
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Third Eye Blind é o fim dos anos 90

Banda abriu shows do U2

MARCELO NEGROMONTE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Banda abriu shows do U2 Third Eye Blind é o fim dos anos 90
Eles lançaram o primeiro álbum este ano, venderam mais de 1 milhão de cópias, impuseram condições para a gravadora Elektra, abriram shows do U2 e Rolling Stones nos EUA, tocam bem nas "rádios rock" do Brasil e, mesmo assim, não são conhecidos aqui.
Third Eye Blind talvez seja a imagem patente da cena pop do final dos anos 90, em que milhares de bandas rock pululam pelas garagens e, ainda assim, conseguem gravar um disco, vender seu 1 milhão, estar na MTV e não ser consideradas um "fenômeno".
"É engraçado, porque não acho que nosso tipo de música se encaixe em qualquer estilo. É música do Third Eye Blind", disse Stephan Jenkins, 28, vocalista.
Formada em 93, em San Francisco, o 3eb, como também é conhecida, faz "música para os tempos cegos", segundo Jenkins. "Daí o nome da banda."
Temas incomuns a uma banda pop, como perda, tristeza e vício em drogas embalam as baladas de "Third Eye Blind".
Leia a seguir trechos da entrevista que Jenkins concedeu à Folha, horas antes de subir ao palco para abrir o show dos Rolling Stones, em Minneapolis (EUA).
*
Folha - "Semi-Charmed Life", o primeiro single de vocês, fala de um relacionamento que terminou porque uma das partes se viciou em speed (tipo de anfetamina). É autobiográfica?
Stephan Jenkins - Houve uma época em que eu tinha vários amigos que estavam envolvidos com drogas. Eu não tive nenhuma experiência com drogas que mudou minha vida, mas... eu prefiro não falar sobre isso, a não ser que eu não sou viciado em speed ou em qualquer outra droga.
Folha - Como está sendo abrir os shows do U2 e Rolling Stones?
Jenkins - Abrir para o U2 é muito legal, eles são ótimos, ficamos conversando depois dos shows. A resposta do público da banda também é excelente conosco, nos apóiam muito. Com os Stones, ainda não sei direito, porque o show de hoje é o segundo que fazemos com eles. E o público é bem diferente, de outra geração, não sei se seremos bem recebidos.
Folha - Como foi a negociação com a Elektra? Vocês impuseram condições?
Jenkins - Mostramos nossa fita demo e falamos: "Queremos gravar um disco, mas do nosso jeito, dessa maneira". Eles entenderam bem e o disco saiu exatamente como queríamos. Na verdade, eles sabiam o que tinham na mão, apenas facilitamos o trabalho deles.
Folha - Em "London" você diz que nunca mais quer ir a Londres. É algo antibritpop?
Jenkins - De maneira nenhuma. É sobre uma ex-namorada inglesa. O britpop é irrelevante para mim, não tem consistência, não significa muita coisa.

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