São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 1997
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Israel condena extremista judia por ofensa ao Islã

Condenação de Tatyana Suskin coincide com início do Ramadã

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Justiça israelense condenou ontem, dia em que se iniciou o mês sagrado muçulmano do Ramadã, a judia extremista Tatyana Suskin por ter ofendido o Islã.
Suskin, partidária do grupo antiárabe Kach, era acusada de colar cartazes ofensivos aos islâmicos.
No dia 28 de junho último, cerca de 20 cartazes com a figura do profeta islâmico Maomé representado como um porco apareceram em Hebron, cidade dividida entre o controle palestino e israelense.
O porco é visto como um animal impuro tanto pelos muçulmanos quanto pelos judeus. As duas religiões proíbem a ingestão da carne suína.
Os cartazes provocaram a ira da comunidade muçulmana e alimentaram conflitos diários na cidade, no sul da Cisjordânia. Mais de 200 pessoas ficaram feridas nos confrontos.
Suskin, 26, também foi considerada culpada de racismo, de apoio a grupo terrorista e de ter colocado em perigo uma vida quando atirou uma pedra contra um carro dirigido por um árabe.
As quatro condenações podem significar uma sentença de até 26 anos de prisão. O tribunal rechaçou as alegações de insanidade feitas pela defesa de Suskin.
Cabeça de porco
O início do Ramadã também coincidiu com o rechaço pela Justiça de Israel do pedido de liberdade de outro extremista judeu, Avigdor Askin.
Um tribunal de Jerusalém não concedeu a liberdade condicional para o extremista e determinou que ele continue preso ao menos até amanhã.
Askin foi detido na semana passada depois que autoridades de Israel descobriram um suposto plano de lançar uma cabeça de porco envolta em páginas do Alcorão (livro sagrado do islamismo) na Esplanada das Mesquitas, centro religioso muçulmano de Jerusalém.
A Esplanada das Mesquitas é o terceiro principal local sagrado para o islamismo, ficando atrás apenas de Meca e Medina, cidades localizadas na Arábia Saudita.
Segundo a polícia, Askin queria provocar confrontos entre palestinos e israelenses. Ele foi detido com Damian Paikovich, outro ativista judeu também acusado de arquitetar a ofensa ao Islã.

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