São Paulo, sábado, 1 de fevereiro de 1997
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A ciranda dos títulos da Prefeitura de SP

Segundo relatório do BC
1 Após obter lucros elevados com as paulistinhas, bancos e corretoras que operaram com a prefeitura "sofreram prejuízos na mesma proporção" em outras operações-suspeita-se que com a finalidade de driblar o Imposto de Renda
2 Os bancos e corretoras fizeram negócios com "empresas não financeiras, completamente desconhecidas, mas que ganharam quantias fabulosas"
3 A "notória" incompatibilidade do porte das empresas com a sua movimentação financeira leva o BC a acreditar em "empresas de fachada", criadas para receber "recursos de procedência ilícita"
4 Os bancos e corretoras fizeram contratos futuros de dólar e outros valores com as supostas empresas de fachada
5 Os contratos previam o pagamento de multa em caso de rescisão. O valor da multa era, geralmente, próximo ao valor do lucro obtido anteriormente em negócios com a prefeitura
6 Bancos e corretoras anulavam o contrato e pagavam multa para as "empresas de fachada"
7 Essas empresas, todas com contas na agência paulistana do Beron, entregam um talão de cheque assinado em branco para os bancos e as corretoras
8 As instituições envolvidas no esquema sacavam a multa depositada na conta das empresas de fachada, que por sua vez recebiam uma comissão sobre o valor movimenta

Como o dinheiro some
. Prefeitura
Arrecada dinheiro vendendo títulos em leilão, pagando juros mais altos para determinadas corretoras. Exemplo: corretora A paga R$ 60 milhões por títulos que são vendidos por R$ 55 milhões para corretora B, no mesmo leilão.
. Corretoras
Corretora B revende os papéis no mercado pelo preço médio pago pela corretora A (R$ 60 milhões), obtendo lucro de R$ 5 milhões.
. Laranjas
Empresas de fachada fazem operações financeiras sofisticadas com a corretora B e têm lucro contábil de R$ 5 milhões.
. O dinheiro, portanto, sai da corretora B e desaparece.

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