São Paulo, sábado, 1 de fevereiro de 1997
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Ocupação no RS vai continuar

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE E LONDRINA

A Justiça Federal de Santo Ângelo (RS), que havia dado prazo até hoje para a saída de cerca de 5.000 sem-terra das margens da BR-285 em Santo Antônio das Missões (548 km a noroeste de Porto Alegre), permitirá a permanência dos lavradores no local.
A decisão da Justiça vale se a União, autora da ação de reintegração de posse, não oferecer uma área para abrigá-los provisoriamente.
"Não dá para se fazer de qualquer jeito uma desocupação forçada, sem ter para onde levar as pessoas", disse ontem o juiz federal substituto de Santo Ângelo, Jorge Luis Brito.
A liminar na ação de reintegração de posse foi dada no sábado passado. A ocupação das margens da rodovia ocorreu no último dia 20.
A Advocacia-Geral da União no Estado poderá recorrer se a Justiça Federal de Santo Ângelo não determinar a desocupação, cumprindo sua própria liminar. Para isso, a Advocacia-Geral espera ser acionada pelo DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem).
Até o final da tarde de ontem, o Incra-RS (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) não tinha encontrado uma área para que os sem-terra acampassem temporariamente, no caso de saírem da beira da estrada.
Preocupado com a situação provocada pelo acampamento ao lado da BR-285, uma das mais importantes estradas na ligação do Rio Grande do Sul com a Argentina, o presidente nacional do Incra, Nestor Fetter, solicitou ao Exército uma área da força militar na região, conforme o procurador da República que atua no caso, Walmor Moreira.
No Paraná
O presidente da Sociedade Rural do Paraná, Manoel Garcia Cid, disse ontem, em Londrina (379 km ao norte de Curitiba), que irá propor ao governo do Paraná a criação de uma polícia rural armada para impedir invasões de terra no Estado.
Manoel Garcia Cid afirmou que os proprietários de terra do norte do Paraná estão dispostos a pagar armas e os salários dos policiais rurais.
O secretário de Segurança Pública do Paraná, Cândido Martins de Oliveira, reagiu mal à proposta de Garcia Cid, afirmando ser contra a formação de qualquer milícia.

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