São Paulo, sábado, 1 de fevereiro de 1997
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PM suspende despejo em SP

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

A Polícia Militar suspendeu ontem o despejo das cerca de 600 famílias que estão acampadas em uma estrada de ferro no município de Euclides da Cunha, No Pontal do Paranapanema.
A operação chegou a ser montada. Por volta das 6h, 20 policiais foram para a estrada que dá acesso ao acampamento, onde ficaram até meio-dia.
O subcomandante da PM em Presidente Venceslau, capitão Gilberto Verdesani de Oliveira, negou que estivesse programado para ontem o cumprimento da liminar que prevê a retirada das famílias.
Segundo ele, a presença da PM no local fez parte da Operação Desarmamento -que desde a semana passada visa apreender armas sem registro usadas na região, particularmente as que potencialmente possam ser empregadas em conflitos entre sem-terra e fazendeiros.
Foram vistoriados 24 veículos e apreendidas quatro facas com sem-terra.
O capitão disse que não há efetivo militar suficiente para cumprir a determinação da Justiça, especialmente diante da ameaça de resistência dos sem-terra, já anunciada.
Por isso, segundo ele, não há data definida para o despejo.
A direção do MST avaliou que a PM suspendeu a retirada por causa da presença de uma comissão de deputados federais na região.
Os sem-terra estão acampados em uma estrada de ferro desativada da Fepasa, que faz divisa com as fazendas Santa Tereza, Porto Letícia e Santa Maria, invadidas no dia 6 de janeiro.
Desde que deixaram as fazendas, uma semana depois, por ordem da Justiça, os sem-terra montaram acampamento de 1 km de extensão ao largo da ferrovia, no trecho que divide as fazendas.

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