São Paulo, sábado, 1 de fevereiro de 1997
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Sucen teme epidemia em SP

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A cidade de São Paulo corre o risco de viver uma gigantesca epidemia de dengue, com milhões de casos e milhares de mortes. O alerta foi feito por José Carlos Seixas, 59, que ontem tomou posse como novo superintendente da Sucen, Superintendência de Controles de Endemias do Estado de São Paulo.
"Estamos com uma bomba armada nas mãos. E todo cidadão deve estar consciente desse perigo e ter medo desse risco", afirmou.
Em todo o Estado, 300 municípios têm focos do mosquito Aedes aegypti. Em São Paulo há focos em três bairros. Até agora, os casos registrados na cidade foram importados -os doentes foram infectados em outras regiões. Mas um único mosquito que venha a picar um desses doentes poderá dar início à epidemia.
Em janeiro, sete doentes "importados" foram localizados na capital e 21 na Grande São Paulo. Só em Araçatuba, 27 casos locais (autóctones) foram registrados.
Apesar da preocupação, o novo superintendente acredita que a epidemia poderá ser evitada. Seixas diz que uma nova estratégia vem sendo adotada no país. "De nada adianta combater o mosquito em São Paulo se ele prolifera nos Estados ou países vizinhos."
Todos os prefeitos recém-empossados já foram alertados para o risco de uma epidemia. "Cada cidade precisa treinar suas equipes e mobilizar a população", disse.
Seixas é médico sanitarista do Emílio Ribas, ocupou interinamente o Ministério da Saúde em 96 e nas últimas décadas ajudou a erradicar a varíola, a pólio e o sarampo.

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