São Paulo, segunda-feira, 3 de fevereiro de 1997
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Trabalho aborda luta do MFPA

DA REPORTAGEM LOCAL

Resgatar a história de luta do MFPA (Movimento Feminino Pela Anistia) e ressaltar a importância do papel da sociedade civil no processo de transição do autoritarismo para a Nova República.
Esses foram os principais objetivos da dissertação de mestrado "Movimento feminino pela anistia: a esperança do retorno à democracia", defendida pela pesquisadora Anna Flávia Arruda Lanna, 26, na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
A dissertação analisa o surgimento da idéia de anistia em diferentes segmentos da sociedade civil, com ênfase na organização das mulheres mineiras. O MFPA surgiu em São Paulo, em 1975. A campanha se expandiu e mulheres do país passaram a lutar pela anistia aos presos e exilados políticos.
Em 1977, o movimento foi fundado em Minas Gerais. o núcleo foi um dos mais numerosos do país e chegou a reunir 300 mulheres.
"O primeiro segmento da sociedade civil a levantar de forma exclusiva a bandeira da anistia foram as mulheres", diz a pesquisadora.
Ela estudou a documentação impressa da época e entrevistou mulheres que participaram do movimento. O roteiro das entrevistas abordou desde opções ideológicas até dificuldades do movimento.
O argumento central consiste na afirmação de que o núcleo de Minas Gerais do MFPA contribuiu de forma decisiva para o processo de redemocratização no país.
Com o tempo, as integrantes do movimento foram percebendo que a luta tinha um objetivo mais profundo: a democracia.
No decorrer da campanha pela anistia, novas entidades de defesa dos direitos humanos surgiram.
Segundo a pesquisadora, a tese conta uma história que não terminou com a conquista da anistia, mas se desdobrou em novas lutas.

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