São Paulo, segunda-feira, 3 de fevereiro de 1997
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Sul 'esconde' juízes para reprimir crime organizado

FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região vai lançar no dia 10 o Programa de Combate ao Crime Organizado, utilizando como exemplo a "Operação Mãos Limpas" desenvolvida pelo Judiciário italiano para combater a Máfia.
Com o novo método, juízes serão secretamente designados para conduzir investigações envolvendo organizações criminosas que possam ameaçar suas vidas.
A 4ª Região abrange os Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. A sede do tribunal funciona em Porto Alegre. Os crimes investigados serão os de contrabando e tráfico de drogas com conexão internacional.
A iniciativa é inédita no Brasil. Ela será implementada na 4ª Região devido ao fato de os três Estados fazerem fronteira com Argentina, Uruguai e Paraguai.
Em cada Estado, um dos juízes federais titulares das varas criminais nas capitais será designado para, secretamente, acumular as investigações dos delitos praticados por organizações criminosas.
A preservação do anonimato do juiz acontecerá com a limitação do seu trabalho apenas à fase de instrução do processo. Para o julgamento, haverá nova distribuição, que poderá indicar qualquer um dos juízes federais criminais.
O tribunal não quis dizer quando será escolhido o juiz designado. A assessoria de imprensa do tribunal informou que é possível já ter ocorrido a designação, mas que o sigilo é absoluto.
O Ministério Público Federal do Paraná indicará um procurador para atuar em todos os casos de combate ao crime organizado, medida que também poderá ser adotada nos outros Estados do Sul.

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