São Paulo, segunda-feira, 3 de fevereiro de 1997
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Duas bandas revigoram rockabilly

RUBENS LEME DA COSTA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O rockabilly e o psychobilly estão em extinção no Brasil? Se depender de duas bandas, The Krents e Devotos de Nossa Senhora Aparecida, a resposta é um sonoro não.
Essas duas bandas paulistanas que têm discos programados ainda para este verão querem mostrar que o movimento existe, e forte.
Os Krents lançarão seu CD pelo selo independente Baratos Afins, com produção de Luiz Calanca, enquanto os Devotos, pela Eldorado, tendo como produtores Nasi (Ira!) e Kid Vinil.
A maior diferença entre as bandas é, a princípio, a faixa etária.
Os Krents têm em sua formação garotos com idade entre 17 e 22 anos, enquanto os Devotos vão de 30 a 44 anos.
Os Krents são cinco garotos: Luiz Teddy, 22, Igor, 18, Leandro, 18, Snorks, 17 e Piu-Piu, 18, enquanto os Devotos são o ex-VJ da MTV, Luiz Thunderbird, 35, Pan, 30 e Gigante Brasil, 44.
Além de serem mais jovens, os Krents carregam em suas veias sangue rockabilly, já que dois dos integrantes (Luiz e Piu-Piu) são filhos de Eddy Teddy, vocalista e guitarrista do extinto Coke Luxe, uma das primeiras bandas do movimento no Brasil.
Em entrevista para a Folha no escritório da loja de discos e selo Baratos Afins, as duas bandas, mais o produtor Luiz Calanca falam sobre o movimento no Brasil.
*
Folha - Como vocês definem seu som? Rockabilly ou psychobilly?
Krents - Nosso som é um cruzamento dos dois, mais um pouco de blues e rock and roll.
Devotos -É por aí.
Folha - Qual a influência do Coke Luxe no trabalho de vocês? Os Devotos vão tocar algo deles no CD?
Krents - É total, já que foi ele que nos ajudou no começo, bancou nosso empresário, tocou com a gente em estúdio.
Devotos - Estamos pensando em tocar duas músicas.
Folha - Qual é o trabalho principal do produtor?
Calanca - É principalmente dar liberdade no estúdio, sem botar muita a mão no som. Basicamente, eu oriento na parte técnica, mas não ponho muita a mão.
Folha - Vocês tinham um show conjunto no Aeroanta que acabou não rolando? Como foi isso?
Calanca - Essa história foi gozada. Nós tínhamos marcado uma apresentação conjunta. Só que o Aeroanta foi vendido para um desses pastores e, no dia do show, eles disseram que a casa tinha ficado sem luz e cancelaram. Acho que eles invocaram com os nomes.
Folha - Como vocês analisam o espaço dado ao rock alternativo?
Krents -O espaço é pequeno, mas não vamos desistir, pois tocar é tudo para gente.

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