São Paulo, terça-feira, 4 de fevereiro de 1997
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PT suspende intervenção em Santos

IGOR GIELOW
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT de São Paulo suspendeu a intervenção decretada no diretório municipal de Santos.
Recurso apresentado ontem pela ex-prefeita santista Telma de Souza alegou que a decisão, tomada em reunião do Diretório Estadual no sábado, não é válida.
Novo estatuto petista prevê maioria absoluta dos votos do diretório para aprovar intervenções. No caso de Santos, 27 dos 74 membros votaram a favor da ação.
Agora, o caso será discutido em reunião no dia 22 pela direção nacional do partido.
A intervenção em Diadema, também decretada sábado, foi contestada pelo ex-prefeito e deputado federal José Augusto Ramos. Mas o recurso só será estudado no dia 22, uma vez que a intervenção foi decidida com 40 votos.
As intervenções haviam sido determinadas devido à derrota do partido nas cidades nas eleições de outubro passado.
Ambos municípios eram considerados símbolos de administração petista: Diadema era comandada pelo PT desde 1982, e Santos, desde 1988.
Tanto Telma quanto Ramos perderam as eleições. Na avaliação petista, a derrota se deveu ao conflito com os então prefeitos: David Capistrano (Santos) e José de Filippi Jr. (Diadema), ambos do PT.
No caso de Diadema, considerado mais grave devido à troca de acusações entre Filippi e Ramos, a eleição foi vencida pelo ex-prefeito petista Gilson Menezes (PSB). Em Santos, pelo deputado federal malufista Beto Mansur (PPB).
Além de perder a eleição, Telma perdeu boa parte de suas chances de concorrer a governadora em 98.
Ramos, por sua vez, disse que a decisão da direção petista não levou em conta a opinião da militância na cidade.
O secretário de Comunicação do partido no Estado, Francisco Campos, criticou os recursos. Para ele, a decisão foi democrática e deveria ser acatada pelos afetados.
Capistrano e Filippi não foram encontrados ontem.
Além das duas intervenções totais, houve dez intervenções parciais em municípios onde o PT se aliou a partidos considerados "proibidos" pela direção, como PMDB, PTB e PL.

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