São Paulo, terça-feira, 4 de fevereiro de 1997
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Estudantes ajudam municípios carentes

LUCIANA BENATTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de passar três semanas trabalhando em projetos nas áreas de educação e saúde em cidades da região Norte do país, um grupo de 43 universitários, integrantes do programa Universidade Solidária, chegou ontem a São Paulo.
O programa é resultado de uma parceria entre o Conselho da Comunidade Solidária -presidido pela primeira dama Ruth Cardoso-, o Crub (Conselho de Reitores da Universidades Brasileiras) e o Ministério da Educação.
Este ano, o programa -que começou no ano passado- levou um total de 770 universitários a 74 municípios das regiões Norte e Nordeste do país.
Sumire Sakabe, 22, aluna do 5º ano de medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), participou do programa na cidade de Monte Alegre, no Pará.
"Encontrei condições de vida melhores do que eu esperava."
Mariana Dantas Aumond, 23, colega de Sumire na Unifesp, concorda. "Não vimos desnutrição grave nem crianças morrendo de diarréia", disse.
As duas ficaram hospedadas com outros nove estudantes em uma casa cedida pela Aeronáutica.
Macarrão e pandeiro
Mariana e Sumire contam que se alimentaram bem e chegaram a engordar durante a viagem.
"Como estava na época da piracema, não tinha peixe. Comíamos macarrão. Também tinha sorvete e doce de cupuaçu", conta Sumire.
Os estudantes de biologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Allan Monteiro, 20, Rodrigo Travitzki, 20, e o aluno de física Jomar Barros, 25, levaram violões, pandeiro, gaita, triângulos, bongô, violino e flauta.
"Procuramos mostrar aos professores como dar uma aula mais criativa usando os recursos da música e do teatro", explica Travitzki.
Eles trabalharam no município de Iranduba, no Amazonas.
Monteiro e a colega Alik Wunder, 22, fizeram o treinamento na Unicamp, mas não ficaram entre os dez selecionados para o programa. A vontade de participar era tanta que eles arrumaram maneiras alternativas para viajar.
Alik conseguiu carona em um avião cargueiro, e Monteiro teve sua passagem paga por uma empresa de Campinas. Chegando lá, juntaram-se ao grupo.
Para a aluna de enfermagem da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), Simone Tomé, 24, a experiência foi inesquecível.
O grupo de Simone ficou em Santarém, no Pará. Ela afirmou que, depois de se formar, pretende voltar para lá a trabalho.
A estudante de medicina da PUC-SP, Carolina Rebello Pereira, 20, contou com o apoio da mãe -que participou do Projeto Rondon quando estudava pedagogia em 69- para participar.
"É uma oportunidade de conhecer o Brasil de uma forma que nunca iríamos conhecer como turistas", afirma Vera Rebello Pereira, 49, mãe da estudante.

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