São Paulo, terça-feira, 4 de fevereiro de 1997
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Ação do Gate foi legal, diz corregedoria

DA REPORTAGEM LOCAL

A Corregedoria da Polícia Militar considerou ontem, preliminarmente, legal a ação do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) que terminou com a morte do comerciante Osvaldo Manoel da Silva, na manhã do último sábado, em Santo André (Grande São Paulo).
O comerciante foi morto por policiais do Gate durante operação para resgatar sua mulher, Márcia Carmem dos Santos.
Silva, armado de dois revólveres, manteve sua mulher como refém durante quatro horas em seu apartamento no Jardim Bela Vista, na região central de Santo André.
"Preliminarmente podemos pensar em uma ação legal. O comerciante teria recebido os três tiros na sacada do apartamento, após reagir", disse o tenente Edson Roberto do Amaral, responsável pela investigação na corregedoria.
Ontem foram ouvidos os depoimentos dos PMs envolvidos no caso, entre eles o sargento José Nilton Santos e o cabo Paulo Sérgio de Oliveira, que seriam os autores dos três disparos que acertaram Silva.
Policiais do Gate invadiram o apartamento e o levaram da sacada para o interior de apartamento. Nesse momento, um tiro foi ouvido. A sua mulher não saiu ferida.
Segundo o capitão Theseo Darcy Bueno de Toledo Júnior, comandante da operação de sábado, o barulho ouvido quando o comerciante estava no interior do apartamento seria o disparo de uma espingarda calibre 12 que os PMs usaram para arrombar, com atraso, a porta da cozinha.
"Silva recebeu os três tiros quando estava na sacada. Os três disparos foram realizados pelos policiais do Gate depois que invadiram o apartamento e se posicionaram na sala", afirmou o capitão.
O tenente Carlos Eduardo Zoli do Gate disse que os dois primeiros tiros foram feitos com submetralhadora HK-SD (com silenciador) e o terceiro, com revólver calibre 38. "Usamos a HK porque é precisa e silenciosa, o que impede a pessoa de saber de onde está vindo o tiro. O terceiro disparo foi efetuado porque o comerciante ainda oferecia resistência."
Segundo o policial, o comerciante teria disparado primeiro, quando a PM invadiu o apartamento. Ele afirmou que os dois primeiros tiros, que acertaram o tórax do comerciante, foram dados a cerca de quatro metros de distância.

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