São Paulo, terça-feira, 4 de fevereiro de 1997
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Caminhoneiro é preso em São Paulo

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O desastre na avenida Interlagos, segundo a polícia, foi provocado pelo motorista Manoel Francisco da Silva, 57.
Silva afirmou que tentou fazer seu caminhão Mercedes pegar "no tranco" na descida da rua Orlando Pinto Ribeiro. Mas o caminhão não pegou.
Como o freio hidráulico não funciona com o motor desligado, acabou descendo a rua desgovernado e entrou na avenida Interlagos, movimentada àquela hora.
Após bater em uma carreta estacionada, o caminhão atravessou o canteiro central e atingiu o Chevette de Lamarck Oliveira Macedo, 28, que morreu na hora.
Arrastando o Chevette, o caminhão bateu em um ônibus, que foi jogado contra o muro de uma casa.
Uma mulher branca, de cerca de 20 anos, que estava encostada no muro, acabou prensada pelo ônibus, morrendo imediatamente. Até a noite de ontem, ela não havia sido identificada pela polícia.
O ônibus ainda atingiu duas camionetes -uma Blazer e uma D-20- que estavam estacionadas na garagem da casa de Mafalda Couto, 60. Os carros desabaram sobre a casa, que fica num nível inferior. Não havia ninguém no local na hora do acidente.
Outra mulher, também não identificada, foi prensada entre o ônibus e o portão. Levada para o Hospital das Clínicas, foi operada e teve as duas pernas amputadas.
Os outros feridos estavam dentro do ônibus: Nelva Santos da Silva, 18, sua filha Jéssica Silva Amorim, 6 meses, e Walter Lange, 43.
Negligência
O motorista Silva foi preso em flagrante. Levado ao 99º DP (Campo Grande), ele foi indiciado por duplo homicídio culposo (sem intenção) e quatro lesões corporais.
"Ele foi negligente, pois sabia que o freio não funciona com o motor desligado", afirmou o delegado Massimo Paiazzolo.
O delegado arbitrou a fiança de Silva em R$ 500. Mas ele não havia pago até as 19h de ontem.
O trânsito ficou complicado até as 12h de ontem, quando a avenida Interlagos foi liberada. O congestionamento atingiu 7 km.

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