São Paulo, terça-feira, 4 de fevereiro de 1997
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Oscar critica herança malufista no esporte

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo, Oscar Schmidt, criticou a "herança malufista" nos centros esportivos da prefeitura.
Segundo ele, a maior parte dos 36 centros da cidade está em condições precárias de limpeza e manutenção.
"Eu sei da situação, que não é boa, os centros realmente estão degradados, mas vou fazer de tudo para melhorar", disse Schmidt, em entrevista exclusiva à Folha.
A reportagem visitou três centros esportivos municipais na zona leste da cidade e mostrou as fotos ao secretário.
No centro Gerdy Gomes, em Guaianazes, há brinquedos do playground quebrados, a grama alta encobre o piso e as quadras esportivas estão deterioradas.
No centro Rumi de Ranieri, em Itaquera, também na zona leste, além de muito lixo espalhado pelo chão, os entulhos danificaram as pistas da quadra de bocha.
No minibalneário José Maria Withaker, o principal problema é a segurança. Segundo o diretor, Osmando Silva, 60, à noite a piscina é invadida por moradores de uma favela próxima que sujam o local e danificam as grades de proteção.
"Só tem dois vigias noturnos, mas que andam sem revólver e não assustam ninguém", disse.
"E a situação é a mesma em quase todos os 36 centros", disse Schmidt, que pediu para ficar com as fotos feitas pela reportagem.
Projeto
Para reverter esse quadro, o secretário promete lançar oficialmente amanhã o projeto Adote um Centro, que prevê parcerias com a iniciativa privada. A idéia é oferecer retorno publicitário (como a colocação de placas informando quem cuida do local) às empresas, em troca da manutenção dos centros.
Arthur Alves Pinto, um dos secretários de Esportes da gestão Maluf, disse que a maior dificuldade era a falta de verba disponível (veja texto ao lado).
Oito engenheiros da secretaria visitaram os centros no mês de janeiro e listaram as obras prioritárias. Esta semana, os técnicos iniciam o orçamento e, em dois meses, a prefeitura deve publicar a licitação para as parcerias.
"Não queremos privatizar, mas precisamos reformar os centros que não estão em boas condições. E para isso a única maneira viável é pedir ajuda para as empresas", disse Schmidt.
Segundo ele, se houver grande procura pelo convênio é possível a construção de novos centros, desde que "adotados" por empresas.
A curto prazo, o secretário quer reformar, com recursos próprios, as mais de 200 CDMs (pequenas unidades esportivas administradas pela comunidade) da cidade.
O orçamento da Secretaria Municipal de Esportes previsto para 1997 é de R$ 155 milhões - quase três vezes maior que o utilizado pela administração municipal em 1996, segundo dados do SEO (Sistema de Execução Orçamentária).

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