São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997
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Camarão rende R$ 14,2 mi na Bahia

ROBERTO DE OLIVEIRA
ENVIADO ESPECIAL A VALENÇA (BA)

Um grupo carioca, formado por ex-funcionários da General Eletric, vai investir R$ 4,5 milhões nos próximos três anos na criação de camarões de água salgada em três fazendas da Bahia.
Com previsão de produzir 1.500 t de camarão este ano e faturar R$ 14,2 milhões, o Grupo MPE S/A espera, com o investimento, dobrar sua produção e o seu faturamento.
Atualmente, segundo Mário Aurélio da Cunha Pinto, diretor-superintendente do grupo, o camarão do MPE representa 40% do total produzido em cativeiro no país.
O grupo utiliza 960 ha de um total de 4.000 ha que as três fazendas possuem para engorda em tanques de água mista (doce e salgada) do camarão "vannamei", originário do Pacífico.
Matrizes
Uma das fazendas, a Bahia, possui a maior área de criação de camarão em cativeiro do Brasil (540 ha) e foi comprada recentemente do grupo OAS.
A primeira fazenda, a Valença da Bahia Maricultura, foi adquirida pelo MPE há quatro anos.
Pelo menos 2.000 matrizes de camarão são trazidas anualmente do Equador, Peru e Panamá para fortalecer a procriação.
Os laboratórios das três fazendas possuem ainda reprodutores próprios.
"Esse camarão é ideal para a engorda. Ele se desenvolve rapidamente em viveiros" explica a bióloga, que trabalha há 21 anos nessa área.
A fase de engorda do camarão, que atinge, em média, de 12 a 14 gramas, leva entre 90 e 105 dias nos tanques de cativeiro.
Vendas
Cerca de 20% da produção de camarão é exportada. Os Estados do Rio de Janeiro e Bahia consomem 60% da produção.
Os 20% restantes são destinados aos mercados de São Paulo, Brasília e Curitiba.
O camarão fresco representa 40% da produção e o congelado 60%.
O crustáceo é vendido inteiro, sem cabeça ou descascado, em pacotes de 500 g, 1 kg e 2 kg para restaurantes e supermercados.
Cauda de lagosta
Além do camarão de cativeiro, o Grupo MPE irá exportar cauda de lagosta, que deve gerar este ano um faturamento de US$ 1 milhão.
Também irá comercializar camarão selvagem, trazido do mar, produto com potencial de faturamento estimado pelo grupo em R$ 1,4 milhão.
"A diversificação dos nossos negócios tem como objetivo principal atingir um patrimônio sólido", diz o diretor-superintendente do MPE, justificando a opção do grupo pelo investimento pesqueiro.

O jornalista Roberto de Oliveira e o repórter fotográfico Rodney Suguita viajaram à Bahia a convite do Grupo MPE.

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