São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997 |
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FHC usa 'rolo compressor' para eleger Michel Temer LUCIO VAZ DANIEL BRAMATTI
O presidente Fernando Henrique Cardoso usou o "rolo compressor" do governo para tentar eleger, hoje, Michel Temer (PMDB-SP) presidente da Câmara e assegurar a aprovação do segundo turno da emenda da reeleição. Governistas previram 341 votos para Temer. O peemedebista enfrenta Wilson Campos (PSDB-PE), que se apresenta como candidato do "baixo clero", e Prisco Viana (PPB-BA), que prega a independência entre Legislativo e Executivo. A aprovação da emenda da reeleição em primeiro turno na Câmara e a provável manutenção da presidência da Casa deram novo ânimo aos líderes governistas, que querem acelerar a tramitação das reformas constitucionais. "Agora nós temos voto e vamos falar grosso. Esse é o momento de votar as reformas que faltam e de regulamentar as emendas já aprovadas", disse ontem o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), em almoço da campanha de Temer que contou com cinco ministros. Um dos mais animados era Sérgio Motta (Comunicações). "Às 13h30, computamos 341 deputados a favor. É até bom diminuir essa conta, porque o Michel não pode ter mais votos do que o presidente." A reeleição teve 336 votos. Além de ministros, o próprio FHC e governadores aliados participaram da busca de votos para Temer. Uma presença tão ostensiva de membros do Executivo numa campanha na Câmara só teve registro recente no regime militar. A atuação do governo foi uma compensação ao líder do PMDB por sua atuação em favor da aprovação do primeiro turno da emenda da reeleição. Temer enfrentou os senadores que queriam o adiamento da votação da reeleição e conseguiu 68 dos 98 votos da bancada do PMDB. A eleição do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), ontem, foi mais uma garantia da eleição de Temer. Líderes do PFL chegaram a ameaçar retirar o apoio a Temer se o PMDB elegesse Iris Rezende no Senado. O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), filho de ACM, participou do comando da campanha de Temer. Ontem, ele respondeu a uma questão de ordem do líder do PFL, Inocêncio Oliveira, decidindo que o quórum de "maioria absoluta de votos" exigido em primeiro turno significa metade mais um dos presentes, e não 257 votos (maioria dos 513 deputados). José Genoino (PT-SP) solicitou que a questão fosse decidida pelo plenário. Luís Eduardo transferiu a decisão para hoje, já que ontem não houve sessão deliberativa. PT A bancada do PT decidiu ontem rejeitar a candidatura do deputado Michel Temer (PMDB-SP) por considerá-la uma "intromissão do governo no Legislativo". A reunião liberou a bancada para votar hoje em Wilson Campos (PSDB) ou Prisco Viana (PPB), sem manifestar preferências. Texto Anterior: Divisão de cargos debilita o PMDB Próximo Texto: Caça a votos chega até ao aeroporto Índice |
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