São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997
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Dengue atrapalha folia de ministro

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Gustavo Krause (Meio Ambiente e Recursos Hídricos) é a mais nova vítima da epidemia de dengue clássica que atingiu 155 mil brasileiros em 1996. Desses, 66,5% são moradores da região Nordeste, onde foram registrados 103 mil casos.
Krause está em Recife, onde sua família passa férias, desde a semana passada. Ele chegou na quinta-feira para fazer um check-up e, nesse dia, sentiu os primeiros sintomas da doença: dores pelo corpo e moleza.
"Sou meio hipocondríaco e as dores nas costas eram tão fortes que achei que estava com um problema grave nos pulmões", disse Krause, em entrevista por telefone, de sua casa em Recife.
Na sexta-feira, um hemograma confirmou que o ministro estava com dengue. Mesmo convalescendo, Krause confirmou sua participação no Carnaval de Recife, como faz todos os anos.
*
Folha - Quando o sr. ficou sabendo que tinha dengue?
Gustavo Krause - Cheguei de Brasília na quinta para fazer um check-up em Recife e já estava com os sintomas da doença. Venho todo o ano fazer os exames aqui porque tenho um irmão que é médico e me sinto mais seguro. Na sexta, os exames ficaram prontos e o hemograma constatou que era dengue.
Folha - É a primeira vez?
Krause - É. Sou meio hipocondríaco e as dores que estava sentindo nas costas eram tão fortes que achei que estava com um problema grave nos pulmões. Mas meu irmão suspeitou desde o início que era dengue mesmo.
Folha - O sr. acha que contraiu dengue em Brasília?
Krause - Não. Tenho vindo muito a Recife porque meus filhos estão passando as férias aqui e devo ter me contaminado. Minhas duas filhas já tiveram dengue e meu sogro e sogra também.
Folha - O sr. está recuperado?
Krause - Os piores momentos foram no sábado e domingo. A sensação é que a gente vai morrer. Melhorei na segunda e hoje (ontem) já me sinto bem melhor. Folha - O sr. vai desistir de brincar o Carnaval?
Krause - Não. Ainda não falei com meu médico, mas pretendo pular mais moderadamente do que em anos anteriores. O Sergio Amaral (porta-voz da Presidência) vai ficar aqui em casa. Tenho pelo menos que mostrar a ele a saída do Galo da Madrugada (bloco tradicional de Recife).
Folha - O sr. acha que vai continuar após a reforma ministerial?
Krause - Quem conversa sobre isso é o presidente. Ele é o dono da caneta.
(DF)

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