São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997
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Brasil não cede à pressão dos EUA, afirma Malan

Para Itamaraty, não houve contrapartida americana

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os ministérios da Fazenda e das Relações Exteriores concordam em não ceder às pressões dos EUA, que exigem maior velocidade na abertura do mercado brasileiro e se recusam a retirar a proteção a cerca de 67 produtos.
"A abertura já avançou o suficiente", afirmou à Folha o ministro Pedro Malan (Fazenda) ontem.
"O Brasil fez uma abertura comercial importante, até no seu próprio interesse, mas não houve contrapartida dos EUA", disse Sebastião do Rego Barros, ministro interino das Relações Exteriores.
Pelo raciocínio dos ministros, a abertura teria sido feita unilateralmente pelo Brasil. Em 1988, a tarifa média de importação aplicada pelo Brasil era de 41%. Em 1995, atingiu 12,6%. No mesmo período, não houve alteração nas tarifas e sobretaxas que protegem produtos norte-americanos.
Durante a Rodada Uruguai do Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), que se estendeu de 1986 a 1994, norte-americanos e europeus não cumpriram seus compromissos de reduzir a proteção a produtos básicos.
Agora, os norte-americanos insistem em que o Brasil tome iniciativas para acelerar sua abertura. Uma delas é a adesão ao Acordo sobre Comércio em Produtos de Tecnologia da Informação da OMC. Esse acordo prevê tarifa zero de importação nas áreas de informática e telecomunicações.

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