São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997 |
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País quer dar tempo à Alca
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Os Estados Unidos querem que o Brasil concorde com a implementação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), que prevê a circulação de produtos com tarifa zero no continente, em 2005. O Brasil quer mais tempo para essa abertura em todo o continente americano.A lógica seguida pelo governo brasileiro se apóia na experiência de negociações anteriores. Os Estados Unidos devem insistir na maior abertura do setor de tecnologia de informações em todo o mundo. Mas é improvável que abram os setores que protegem, como o siderúrgico. Toma-lá-dá-cá "Não existe um toma-lá-dá-cá tão claro com os norte-americanos", afirmou ontem Sebastião do Rego Barros, ministro interino das Relações Exteriores. "Não se pode dar a cabeça de um setor para salvar o pescoço de outro. Mesmo que o fizesse, você não salvaria nenhum setor", completou o diplomata. Segundo Barros, o Brasil não tem condições de abrir seu mercado de tecnologia de informação em prazo de três anos para competir com o mundo inteiro. Ele também afirmou que é improvável que os norte-americanos venham a retaliar o Brasil por causa de suas posições. Além de não haver base legal para essa represália, os Estados Unidos mantêm saldo comercial positivo nas transações com o Brasil. Em 1995, esse superávit era de US$ 1,22 bilhão. Tanto Pedro Malan quanto Barros afirmaram ainda que as divergências comerciais entre Estados Unidos e Brasil não significam interrupção do diálogo ou problema político. "O tema tomou uma proporção que não é real. Não vamos invadir os Estados Unidos", afirmou Malan. "Nem os Estados Unidos vão invadir o Brasil", completou. Texto Anterior: Brasil não cede à pressão dos EUA, afirma Malan Próximo Texto: Governo pode criar cota para EUA Índice |
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