São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997
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Movimento para a compra de fantasias não anima comércio

Lojas da rua 25 de Março prevêem faturar 35% menos

CLAUDIA GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do grande movimento registrado ontem pela Folha nas lojas de fantasias do centro de São Paulo, alguns comerciantes não estão muito confiantes no aumento de vendas gerado pelo Carnaval.
Os principais estraga-prazeres deste ano são a proximidade entre o Natal e o Carnaval e o corte de verbas para escolas de samba, realizado por alguns dos prefeitos recém-empossados do Estado.
Luiz Manoel Francisco, ex-presidente da Univinco (associação que reúne 3.500 lojas da rua 25 de Março e adjacências), prevê que o faturamento deva cair 35% este ano.
"Toda vez que os prefeitos mudam o Carnaval é esse inferno de corte de verbas", diz. A redução do preço das mercadorias é outra causa da queda apontada por Francisco: vende-se mais, fatura-se menos.
"Neste ano está muito fraco. Não vamos vender nem metade do que vendemos no ano passado", conta um funcionário da Loja Brilho's, situada na Ladeira Porto Geral. Segundo ele, a concorrência também aumentou muito no período pós-Real.
Nilson José de Andrade, proprietário da Bijouterias Mundial (também na Ladeira Porto Geral), é do bloco dos otimistas. Andrade reduziu seus preços em 20% e espera um crescimento de 12% em seu faturamento.
Outro que tem motivo para festejar é o ambulante Arnaldo Brandão, que monta sua barraca há quatro anos em frente ao número 113 da Ladeira. Brandão está vendendo cerca de 1.500 latas de spray para colorir os cabelos por dia, a R$ 4 cada. "De hoje em diante, pretendo triplicar as vendas."

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