São Paulo, quarta-feira, 5 de fevereiro de 1997
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Brasil tenta impor 'maratona' na Davis

RICARDO PERRONE
DA FOLHA RIBEIRÃO

O Brasil espera transformar os jogos contra os Estados Unidos pela Copa Davis em verdadeiras "maratonas" para cansar os adversários e conseguir vencer.
A expectativa é que cada partida, disputada em melhor de cinco sets, tenha pelo menos três horas e 30 minutos de duração.
O confronto acontece de sexta-feira a domingo, em Ribeirão Preto (319 km ao Norte de São Paulo).
"Nosso planejamento original é fazer jogos longos. Estamos nos preparando para aguentar essas partidas", afirmou Paulo Cleto, técnico e capitão brasileiro.
Para prolongar as partidas, os tenistas do Brasil vão forçar o jogo de fundo de quadra, indo poucas vezes até a rede.
A meta é fazer um jogo de segurança para diminuir os erros e esperar pelas falhas dos adversários.
"Eles trouxeram uma equipe forte fisicamente, para suportar jogos longos", afirmou Cleto.
O saque é uma das armas adversárias que os brasileiros também vão tentar anular. A equipe tem feito treinos específicos para melhorar a recepção.
Jim Courier, 22º no ranking mundial e maior astro da favorita equipe dos EUA, merece atenção especial. Seus fortes golpes de direita preocupam Cleto.
Em relação a MaliVai Washington, 24º do mundo, também escalado para os jogos de simples, a meta é evitar as jogadas de esquerda, nas quais usa as duas mãos.
Meteorologia
O calor do interior paulista, que seria uma das armas brasileiras para o confronto. Mas pode não ter a intensidade desejada pelos brasileiros.
Só ontem pela manhã, dois dias após a chegada da equipe americana, as duas seleções conseguiram treinar na quadra do Tennis Country Club, onde vão ser os jogos, porque não estava chovendo.
Quando chove, as equipes são obrigadas a treinar em quadras cobertas em outros locais.
Pressão
O treinador e capitão da equipe dos EUA, Tom Gullikson, afirmou não temer o comportamento da geralmente barulhenta torcida brasileira, considerada por Fernando Meligeni arma essencial na disputa.
"Não é a torcida que segura a raquete e bate na bola", minimizou Gullikson. "São os jogadores que vão decidir os jogos."
Quanto a tática brasileira de "alongar" os jogos, Gullikson, técnico e capitão dos norte-americanos, admite que seus atletas estão preparados para enfrentar jogos longos.
"Nós temos jogadores fortes acostumados com partidas longas", disse o técnico norte-americano.

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