São Paulo, quinta-feira, 6 de fevereiro de 1997
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Festa de ACM reúne 180 convidados

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Governistas festejaram a vitória de Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) na eleição para a presidência do Senado até ontem de madrugada num jantar dançante para 180 convidados.
A recepção foi oferecida pelo empresário João Carlos Di Genio em sua casa brasiliense, no Setor de Mansões Park Way.
Vários conchavos foram esboçados para as eleições de 98. O senador Romeu Tuma (PSL-SP) combinou com o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos), do PMDB-SP, uma possível chapa para o governo paulista.
"Eu vou ser o vice do Luiz Carlos", disse Tuma. "O Tuma tem um nome fortíssimo. Eu é que vou apoiá-lo, como já apoiei na eleição para senador", respondeu Santos.
Ficou acertado que o senador vai entrar mesmo no PFL nos próximos dias. Só fará isso quando tiver certeza de que a legenda vai lhe franquear a vaga de candidato a governador de São Paulo em 98.
Luiz Carlos Santos ficou de articular o apoio do PMDB. "Ninguém mais aguenta o populismo do (Orestes) Quércia e do (Paulo) Maluf em São Paulo", disse o ministro.
Em outro canto da tenda armada nos jardins da casa de Di Genio, que é dono das escolas Objetivo, o senador Carlos Wilson (PSDB-PE) abraçava o deputado Inocêncio Oliveira (PFL-PE). "Agora vamos fazer aquela chapa?", perguntou Carlos Wilson. E Inocêncio: "Para qual cargo? Você como governador?"
Carlos Wilson respondeu: "O que você quiser. Mas eu sei que você não faz isso. Não consegue cortar o cordão que te liga ao Marco Maciel (PFL-PE, vice-presidente da República)".
Os convidados se divertiam ao som de uma pequena orquestra que tocava sucessos de Roberto Carlos, Chitãozinho & Xororó, da banda É o Tchan e músicas da trilha sonora da novela "O Rei do Gado", da Rede Globo.
A comida foi farta. Havia bacalhau, pato, frango, massas e churrasco de carnes vermelhas. Foram servidas pelo menos três caixas de champanhe Cristal (cerca de R$ 200 a garrafa), refrigerantes, vinho, água e uísque.
O senador Antonio Carlos Magalhães, o festejado, recebeu seus convidados vestindo um terno de cor clara. Quando ACM foi servido, já passava da meia-noite. Terminou sua refeição à 1h05 de ontem. Comeu, entre outros pratos, capeleti ao sugo e pato com laranja.
Na mesma mesa de ACM estavam Inocêncio Oliveira e o senador Gilberto Miranda (PFL-AM). Miranda tem se tornado um amigo muito próximo do presidente do Senado. Anteontem, os dois já haviam almoçado juntos.
Cansado, ACM foi embora logo depois. Era 1h20. A orquestra tocava os acordes de "Oração para Mãe Menininha", de Dorival Caymmi.
O presidente do Senado arriscou alguns remelexos de cintura. Seus amigos deputados e senadores fizeram uma homenagem cantando a música enquanto ACM entrava no carro e voltava para sua casa.
Convidados ilustres
A grande maioria dos 180 convidados era composta por deputados e senadores. Estavam presentes três ministros. Além de Luiz Carlos Santos, foram cumprimentar ACM os ministros Raimundo Brito (Minas e Energia) e Sérgio Motta (Comunicações).
Entre os convidados ilustres estava Leo Kryss, dono da Evadin. "Vim a Brasília especialmente para a festa. Foi uma vitória importante. Nessas horas a gente tem de estar com os amigos", disse.
Só convidados entravam na festa. Uma lista com nomes estava na portaria, com uma equipe de quatro seguranças.
Pelo menos 20 jornalistas foram convidados. Segundo a assessoria do senador, eram "amigos" de ACM e não estariam lá a trabalho.
A Folha não foi convidada. A reportagem da Folha foi até o local da festa e esperou durante cerca de 30 minutos até que chegasse a autorização para que o repórter entrasse. O fotógrafo do jornal foi impedido de entrar.
Numa tenda de circo armada em outra parte do jardim, deputados dançaram até 2h30 da madrugada de ontem, pelo menos.
Um dos mais animados era o deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), filho de ACM. Às 2h10, quando a reportagem saiu do local, Luís Eduardo dançava ao som de Frank Sinatra.

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