São Paulo, quinta-feira, 6 de fevereiro de 1997
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IC analisa a fita com ação policial

ANDRÉ LOZANO

ANDRÉ LOZANO; CLAUDIA VARELLA
DA REPORTAGEM LOCAL

As fitas com as imagens da ação da PM que resultou na morte do comerciante Osvaldo Manoel da Silva, no último sábado, em Santo André (Grande SP), foram encaminhadas ontem para o Instituto de Criminalística de São Paulo.
As imagens gravadas pelas TVs foram levadas pelo delegado encarregado do caso, Guerdson Ferreira, do 1º DP de Santo André.
"Serão feitos exames de qualidade das fitas. Se for possível, elas serão decodificadas para identificar todos os ruídos ocorridos durante a operação", disse o perito encarregado do caso em Santo André, Carlos Fontinhas. O IC de Santo André não faz esse tipo de exame.
Segundo o perito, o teste pode apontar a sequência dos disparos.
Silva foi morto durante operação do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da PM para resgatar sua mulher, Márcia dos Santos Silva, 21, que foi mantida como refém por ele. A família acusa os policiais de terem matado Silva dominado.
Laudo do IML (Instituto Médico Legal) de Santo André informou que dois dos três tiros que mataram o comerciante foram dados pelas costas.
O laudo da análise do local do crime, concluído ontem pelo IC de Santo André, informou que a parede da sala do apartamento tem a marca de dois disparos. Um terceiro tiro foi dado de dentro para fora do apartamento, passando pela porta de vidro da sacada. Nenhum projétil foi encontrado no local da ocorrência, apenas uma bala deflagrada.
Análise dos dois revólveres apresentados pela polícia como sendo do comerciante conclui que as armas foram disparadas no dia do crime, embora não tenham sido encontrados vestígios de chumbo nas mãos de Silva.
O Comando do Policiamento de Choque, que controla o Gate, voltou a afirmar ontem que os policiais que participaram da operação confirmam que o comerciante atirou durante a ação.
O polícia deve marcar para os próximos dias a reconstituição do crime, com base nos laudos e depoimentos de testemunhas.
Márcia Carlos Santos, 21, mulher do comerciante morto, disse ontem que estuda processar a polícia por danos morais.
Ela não pode afirmar se o marido reagiu à ação da polícia. "Não posso afirmar se ele reagiu, pois um PM me tirou do apartamento."

Colaborou Claudia Varella, da Agência Folha, no ABCD

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