São Paulo, quinta-feira, 6 de fevereiro de 1997
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Matrícula no 2º grau cresce 7,5% em 96

RICARDO AMORIM
DANIELA FALCÃO

RICARDO AMORIM; DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Segundo MEC, com diminuição da evasão e repetência, mais alunos concluem 1º grau e entram no ensino médio

O número de matrículas no 2º grau cresceu 7,5% de 95 para 96 no Brasil -três vezes mais que o ritmo de crescimento da população brasileira ma década passada, que era de 1,9%. O dado faz parte do censo educacional feito em 96 pelo Ministério da Educação.
Esse aumento se deve à queda da repetência e evasão no 1º grau, de acordo com a secretária da Avaliação e Informação Educacional do MEC, Maria Helena de Castro.
Segundo ela, com a diminuição da evasão e repetência, mais alunos concluem o 1º grau e entram no ensino médio.
Maria Helena disse que, de acordo com pesquisa feita no final dos anos 80, de cada cem alunos que ingressavam na 1ª série, apenas 39 concluíam a 8ª. Em 94, o índice chegou a 50%. A secretária citou ainda o exemplo do Estado de São Paulo, onde em cada cem que entram no 1º grau, 70 o concluem.
Ensino fundamental
Já no ensino fundamental (1º grau), o crescimento no número de matrículas foi de 1,8%. Isso significa que as matrículas acompanharam o crescimento da população sem que tenha havido inserção significativa de crianças entre 7 e 14 anos que estavam sem estudar.
Segundo a secretária, esse aumento já era esperado. "Já há alguns anos que a tendência do aumento no número de matrículas no ensino fundamental vem sendo de acompanhar o crescimento populacional."
Uma das raras exceções é o Ceará, que registrou um crescimento de 16,7% no ensino fundamental.
Segundo o governo local, o motivo foram reformas pedagógicas, que acabaram com a reprovação na alfabetização e a ação dos agentes comunitários de saúde, que cadastraram as crianças que estavam fora da escola, repassando a informação para as prefeituras.
O número de matrículas na pré-escola apresentou crescimento negativo de 0,4% de 95 para 96. Os responsáveis pela queda foi o Nordeste, principalmente o Ceará.
Juntos, eles tiveram uma queda de 4% nas matrículas, o que "puxou" para baixo o índice nacional. O motivo foi a política de extinção da classe de alfabetização, posta em prática pelo governo cearense.
A classe de alfabetização exigia que, ao final do ano letivo, o aluno prestasse um exame para verificar sua aptidão para ser promovido para a 1ª série do 1º grau. Como muitos alunos eram reprovados no exame, boa parte desistia antes mesmo de entrar no 1º grau.
Os alunos de pré-escola do Nordeste representam 43% das matrículas nessa faixa de ensino no Brasil. Segundo Maria Helena, isso acontece porque a região concentra o maior número de crianças até 7 anos.

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