São Paulo, quinta-feira, 6 de fevereiro de 1997 |
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Inflação salta para 1,23% em janeiro
MAURO ZAFALON
A aceleração já era prevista, mas a taxa ficou acima do esperado pela própria Fipe. Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor, diz que a alimentação surpreendeu. No mês passado, os paulistanos pagaram 1,51% mais pelos alimentos. Com isso, os produtos interromperam a tendência de queda registrada até dezembro. Naquele mês, os preços tinham caído 1,41% sobre novembro. Essa puxada dos alimentos impulsionou a taxa, uma vez que o peso desse item é grande na composição do índice. Segundo a Fipe, de cada R$ 100 gastos pelos paulistanos, R$ 30,81 são com alimentos. O grande salto foi dos produtos "in natura", que subiram 7,14%. Tradicionalmente, esses produtos sobem neste período do ano. O aumento se deve ao crescimento da demanda e à dificuldade da colheita, devido às chuvas. A surpresa veio dos alimentos industrializados, que tiveram reajuste médio de 1,06% no mês passado, após queda de 1,61% em dezembro. As pressões no setor ficaram para café e açúcar. Até os semi-elaborados interromperam a tendência de queda. Mesmo com as reduções de 0,03% na carne bovina e de 2,57% na de frango, o setor teve alta de 0,09%, pressionado por arroz e pescados. A taxa de inflação recebeu, ainda, o impacto dos reajustes de matrículas e mensalidades escolares, que ficaram 11,34% mais caras. Os aluguéis, devido à concentração da renovação de contratos neste período do ano, voltaram a pressionar. A alta foi de 1,62% em janeiro e de 29,47% em 12 meses. Outra surpresa foi a atípica queda no preço do vestuário. Em geral, os preços caem só em fevereiro. Heron do Carmo diz que houve antecipação das liquidações. Para ele, a taxa de janeiro, como já ocorreu em 1996, deve ser a maior do ano. O economista mantém a previsão de 5% a 6% para a inflação de 97. No mês passado, a taxa acumulada em 12 meses recuou para 9,4%. É a primeira vez, desde novembro de 1951, que a taxa fica abaixo de dois dígitos. A inflação acumulada no Real é de 62,31%. As maiores altas são de aluguel (532%), serviços domésticos (289%), camarão (279%), mamão (272%) e chuchu (204%). Texto Anterior: Estatais aumentam investimento em 96 Próximo Texto: IGP sobe para 1,58% no mês, diz a FGV Índice |
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