São Paulo, quinta-feira, 6 de fevereiro de 1997
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A arte que não está no mapa

CASSIANO ELEK MACHADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Em tempos pré-carnavalescos, os espaços culturais mais conhecidos encolhem suas programações e deixam à mostra as exposições de galerias "fora do circuito".
Em quatro mostras que começaram há menos de uma semana e que não receberam destaque da mídia, artistas com pouca experiência, ou com boa quilometragem em galerias pouco divulgadas, mostram um pouco de tudo o que se convencionou chamar de artes.
Os chamados artistas "periféricos" têm características em comum. Gostam do realismo e, para isso, recuperam traços "acadêmicos", utilizam boa parte das cores que encontram nas paletas e apreciam temas tradicionais, como flores, mares e retratos.
Uma das técnicas mais difundidas entre os pintores destas galerias é o dégradé.
Representações de papagaios, sambistas e navios ou mesmo o fundo de um retrato de John Kennedy são apresentados em tonalidades variadas, com as cores cada vez menos vivas.
Sem grife, os trabalhos têm preços abaixo do mercado, entre R$ 80 e R$ 700.
Muitas vezes o próprio artista desembolsa para poder mostrar seus trabalhos.
"Não fazemos uma seleção da qualidade", diz Marion Lang, uma das donas do Galpão das Artes, espaço cultural que aluga ateliês para artistas, promove cursos e exposições.
"Para participar da exposição 'País Tropical', basta pagar uma taxa de R$ 20", esclarece Lang.

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