São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
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Para entidade, oferta de emprego não basta

DA REPORTAGEM LOCAL

A freira Regina Maria Manuel, da Organização de Auxílio Fraterno, entidade civil que tem o apoio da Igreja Católica, diz que a prefeitura não deve esperar que a população de rua resolva o problema da sujeira na cidade.
"A proposta é interessante. Mas, apenas a oferta de emprego não basta. Esse projeto tem de ser conjugado com um trabalho de readaptação social e de oferta de moradia. Do contrário, não vai dar certo", afirma Regina.
Ela diz que a prefeitura tem de tentar resolver o problema humano. "O foco precisa ser outro. Os moradores de rua são pessoas que estão há anos fora do esquema permanente de trabalho, com horários e obrigações. É preciso que as atenções sejam para o homem e não para o lixo", afirma.
Segundo a freira, a prefeitura deveria constituir núcleos experimentais de trabalho. "Mesmo em Nova York, cidade que é usada como exemplo para a resolução do problema do mendigo, houve todo um trabalho conjugado", afirma.
Apoio
O promotor Fernando Capez, da curadoria da cidadania, diz que não conhece os detalhes do programa, mas é favorável à idéia da prefeitura.
"Vamos ver se vai ser operacionalizada adequadamente. Parece ser uma oportunidade para ajudar as pessoas que estão alijadas da sociedade", afirma o promotor.
A vereadora Aldaíza Sposati (PT), assistente social e professora da PUC-SP, diz que a idéia da Prefeitura de São Paulo é válida.
"Mas é preciso conjugar a oferta de trabalho com as iniciativas das entidades sociais, que há muitos anos atuam na questão dos moradores de rua", afirma.
Segundo ela, é preciso um trabalho de resgate da cidadania, "que passa também pelo tratamento do alcoolismo e das drogas".
"Além disso, é necessário que eles tenham moradia", afirma a vereadora.

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