São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997 |
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Humor de Angela Jones segura filme
CELSO FIORAVANTE
Na verdade, a curiosidade de Gabriela (interpretada pela atriz Angela Jones, também imigrante colombiana nos EUA) é uma só: saber se -depois de decepada- a cabeça do morto ainda tem capacidade de emitir alguma palavra. No afã de satisfazer essa sua mórbida curiosidade, Gabriela não pensa duas vezes e procura emprego em uma empresa especializada em limpar casas que foram palco de assassinatos violentos. Gabriela é contratada na hora. A empresa passa por um período de muito trabalho, já que a cidade está às voltas com os crimes do "serial killer" Blue Blood (William Baldwin). Gabriela é obcecada por assassinatos: coleciona notícias de jornal, assiste a séries de TV sobre o tema, cozinha pequenos biscoitos em formato humano (que vai decepar com irresistível prazer). Angela Jones é o grande trunfo do filme. Hilariante, suas caras, olhares e bocas seguram o filme que, concebido originalmente como um curta-metragem, facilmente se tornaria redundante com uma atuação menos jocosa que a da atriz. Jones seduz o espectador em cenas como aquela em que simula todo um assassinato ao som e passos de uma cumbia (ritmo musical colombiano). Também divertidas são as citações. Em uma delas, uma apresentadora de TV enumera "serial killers" e cita os personagens de Quentin Tarantino e George Clooney em "Um Drink no Inferno", de Robert Rodriguez. "Curdled", que significa "coagulado", custou à produtora Miramax US$ 2,5 milhões, investimento recuperado com a venda do filme para o exterior. Segundo Maass, o filme faz sucesso na Espanha e no Japão. O Brasil é o quarto país em que é lançado. (CF) Filme: Eles Matam e Nós Limpamos Produção: EUA, 1996 Direção: Reb Braddock, roteiro de John Maass Com: Angela Jones, William Baldwin, Bruce Ramsay, Daisy Fuentes Quando: a partir de hoje, no cine Belas Artes sala Oscar Niemeyer Texto Anterior: "Eles Matam..." tem o aval de Tarantino Próximo Texto: Brasil está em novo filme Índice |
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