São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997 |
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Sotheby's é acusada de contrabando
LUCIA MARTINS
A revelação foi pelo programa "Dispatches", do Canal 4. A equipe da televisão registrou a empresa praticando comércio ilegal escondendo uma câmera no escritório da Sotheby's em Milão (Itália). Na fita, o especialista em mestres antigos da Itália Roeland Kollewijn, que trabalha em Milão, se oferece para vender, em Londres, um quadro ("Mulher Velha") do pintor italiano Guiseppe Nogari. Ele ainda explica como eles agiriam para transportar o quadro, já que, pela lei, obras do século 18 -como a de Nogari- não podem deixar a Itália. Irregularidades O programa é resultado do trabalho de investigação do jornalista de arte Peter Watson, que acaba de escrever um livro sobre o assunto. "Sotheby's Inside Story" acusa a empresa de importar obras de arte da Itália, antiguidades da Índia e até de falsificar os documentos para esconder a origem das peças. Ontem, o diretor de gerência da Sotheby's Europa, George Bailey, admitiu as irregularidades em entrevista coletiva na sede da empresa em Londres. "A lei foi desrespeitada nesse caso isolado. Estou muito triste, mas estamos tomando todas as providências necessárias", disse. O programa sobre o contrabando seria apresentado na noite de ontem pela emissora. O "flagrante" foi feito em março do ano passado. Uma jornalista (com uma microcâmera e um microfone escondidos em um broche) fingiu ser uma colecionadora de arte australiana interessada em vender peças italianas herdadas de seus pais. Na segunda visita dela ao escritório, Kollewijn sugeriu que ela conseguiria melhores preços para as obras se elas fossem levadas para leilão em Londres. Fundada em 1744 em Londres, a Sotheby's é a mais antiga empresa de leilões do mundo. Tem escritórios em Nova York, Roma, Milão, Genebra e Madri. Divide com a Christie's (fundada em 1766) o mercado de leilões de antiguidades e obras de arte. "É um fato muito triste porque, como a Sotheby's é um leiloeiro muito importante, isso pode afetar a imagem de Londres no mercado", disse Neil Smith, da Federação Britânica do Mercado de Arte. Texto Anterior: Jovem britânico é mais racista, diz estudo Próximo Texto: Irã dá apoio a espião bósnio Índice |
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