São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
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Voto certo; Justiça; Doação de órgãos; Insensibilidade escravocrata; Ex-combatentes; Crateras; Prestação de contas; Cor total

Voto certo
"Com relação ao oportuno e objetivo caderno especial intitulado Olho no Congresso (30/1), gostaria de parabenizar a Folha e a sua equipe de jovens jornalistas que cobrem o Congresso Nacional por tão importante e esclarecedor trabalho apresentado.
Quero chamar a atenção para as votações relativas ao imposto do cheque e a reforma agrária, pois para minha surpresa a reportagem não revelou corretamente como votei em ambas matérias:
a) imposto do cheque: votei contrário à sua reedição;
b) reforma agrária: votei favorável ao rito sumário."
Pedro Yves, deputado federal pelo PMDB-SP (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia seção "Erramos" abaixo.

Justiça
"O artigo de Cony sobre 'A vaga de Callado' faz justiça ao grande escritor Antonio Olinto.
Seu principal livro, 'A Casa da Água', traduzido em 20 idiomas, é uma obra-prima da literatura brasileira.
E ele, agora mesmo, está lançando um novo e brilhante romance: 'Alcacer Kibir'.
Estou com o Cony: a vaga do Callado, na Academia Brasileira de Letras, deve ser do Antonio Olinto."
Mauro Salles, presidente do conselho da Salles/DMB&B (São Paulo, SP)

Doação de órgãos
"É interessante como, no momento mesmo em que o Estado procura se desincumbir ao máximo de todas as funções antes a ele atribuídas (saúde, educação, previdência social), decida chamar a si a posse de todos os corpos da nação.
Nada tenho contra a doação de órgãos, dos meus órgãos. Mas o corpo é uma entidade da esfera privada.
O indivíduo ou seus familiares é que dele devem dispor, de livre e espontânea vontade, e de preferência em vida.
De uma penada, tornou-se um bem público, como o subsolo, as águas territoriais ou as comunicações.
Se essa lei surge para coibir a mercantilização de órgãos, o que é louvável, a estatização pura e simples é aberrante."
Sheila Schvarzman (São Paulo, SP)
*
"Essa lei me parece triplamente autoritária, logo, inconstitucional: primeiro porque é uma questão de foro íntimo; segundo porque se intromete em seara alheia, qual seja, a espiritual e religiosa.
Para que os órgãos de um defunto cristão, por exemplo, possam ser doados, só com autorização expressa das igrejas cristãs.
E em terceiro lugar porque, em decorrência do primeiro, eu não fui consultado."
Satoru Guibu (Presidente Prudente, SP)
*
"Bonito, sensível e verdadeiro o texto de Hélio Schwartsman sobre doação de órgãos (5/2).
A respeito dos nossos semelhantes merecerem ou não nossos órgãos por atitudes inadequadas tomadas durante toda a sua história, sinceramente espero que essa lei dê certo, que funcione, que nós possamos nos sentir solidários até na hora da morte, mas jamais um produto de venda fácil."
Tarcisa A. Marques Porto Uliano (Barueri, SP)

Insensibilidade escravocrata
"Em 1º/2, d. Luciano Mendes de Almeida fez um apelo por uma 'democracia solidária', com uma política econômica a serviço de metas sociais.
Mas já na sua página 4 o mesmo jornal nos lembrou dos obstáculos a esse projeto: o primeiro mandatário da nação usufruía de um fim-de-semana com mulher, filhos e netos, aos cuidados de 56 empregados, num palácio de Petrópolis tornado 'europeu' por dez decoradores.
Tudo naturalmente com dinheiro público.
Há os que se contentam com o fato de o Brasil 'ter um presidente PhD'.
Mas se no seu modo de 'fazer política' FHC vem reforçando práticas que antes condenara, ele bem que poderia, já que seu comportamento como presidente funciona como um exemplo para seus concidadãos, ser mais cuidadoso com um dos traços mais tristes da cultura brasileira: a insensibilidade escravocrata das nossas elites, para as quais parecem inexistir os pobres e miseráveis que constituem a imensa maioria do nosso povo."
Francisco Whitaker Ferreira, secretário-executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (São Paulo, SP)

Ex-combatentes
"Com referência à reportagem 'Ex-combatentes recebem mais de R$ 11 mil' (1º/12): ex-combatentes são os nossos expedicionários, que integraram a Força Expedicionária Brasileira e o 1º Grupo de Caça da Força Aérea Brasileira, que lutaram na Itália, na Segunda Guerra Mundial.
Depois de decorridos muitos anos, começaram a surgir no cenário brasileiro os denominados 'ex-combatentes de praia', não se sabendo por que essa denominação de 'ex-combatente', uma vez que nas nossas praias brasileiras nunca houve nenhum combate que justificasse esse tratamento.
Essa salada mista de considerar missão de 'segurança e vigilância' do nosso litoral e ilhas oceânicas e viagens de marinheiros em navios mercantes no período da guerra como uma participação efetiva em operações bélicas na Segunda Guerra Mundial, igualando à participação do nosso soldado expedicionário que cruzou o Atlântico e lutou na Itália, é uma absurda deturpação dos fatos.
Com referência à relação das aposentadorias e pensões publicada como parte da reportagem citada inicialmente, temos a esclarecer: conferida a relação, verificou-se que aqueles nomes, com suas astronômicas aposentadorias, não constam da relação oficial dos integrantes da FEB, exceto três nomes, sobre os quais paira uma certa dúvida -por ter um sobrenome a mais e outro a menos e um outro que pode ser um homônimo."
Oraldo de Morais Chaves, ex-combatente veterano da FEB -Força Expedicionária Brasileira (Belo Horizonte, MG)

Crateras
"O 'Painel do Leitor' de 29/1 publicou carta de Renato Angelo Basso criticando o estado das estradas paulistas.
Se ele viajar pelo Paraná, irá ajoelhar-se e agradecer a Deus pelas estradas paulistas.
Lá não há buracos, há crateras."
Hermínio Zonta (Araçatuba, SP)

Prestação de contas
"Em relação à negociata dos títulos municipais, seria oportuno o pronunciamento do Tribunal Regional Eleitoral a respeito da prestação de contas do PPB que, com uma campanha milionária e de dois turnos, conseguiu gastar menos do que o PSDB."
José Sinésio de Morais (São Paulo, SP)

Cor total
"Nota da Redação, 'Painel do Leitor', edição de 20 de setembro de 1996: 'O projeto cor total tem previsão de ser implantado até o final do ano nas edições que circulam fora da Grande São Paulo'.
Muito bem. Em 97, pra variar, mas pra variar mesmo, o interiorzão vai continuar aguardando um jornal totalmente colorido."
Milton Falcato (Itu, SP)

Nota da Redação - O caderno Cotidiano passou a ter cor na capa e contracapa a partir de 29/1. As páginas internas dos cadernos Brasil, Dinheiro e Cotidiano passarão a sair coloridas a partir de junho. Os suplementos já estão com cor em 75% das páginas.

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