São Paulo, sábado, 8 de fevereiro de 1997
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Rio segue o código processual

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz Cláudio Dell'Orto, presidente interino do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, classificou a iniciativa dos tribunais paulistanos de aumentar o número de jurados e criar sistema de pontuação como um "paliativo".
"A solução é louvável, mas a lei determina que sejam 500 jurados. E, ao criar paliativos, desonera-se o Legislativo de atualizar a lei."
"Acho até que fazer testes é interessante, mas há que se manter a unidade federal da legislação processual penal", afirmou ele.
Em cada um dos quatro tribunais do Júri do Rio, a lista de jurados tem 500 nomes. Uma vez por mês, 21 pessoas são sorteadas em cada tribunal e, durante 30 dias, ficam à disposição da Justiça.
Normalmente, cada tribunal realiza dois julgamentos por semana. Os nomes para as listas são sugeridos pela Justiça Eleitoral e por empresas públicas e privadas. Há também voluntários (especialmente aposentados e estudantes).
Mas, segundo Dell'Orto, os jurados mais comuns são os funcionários públicos. "Se a pessoa não trabalhar num órgão público, pode acabar perdendo o emprego. O patrão não vai alegar o júri como motivo, mas manda embora assim mesmo", contou o juiz.
O problema com o número de jurados é típico das localidades mais populosas, onde há maior número de processos.
Na maioria das comarcas, o júri se reúne cerca de quatro vezes por ano -e participar dele é até sinal de prestígio social.
(MT)

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