São Paulo, sábado, 8 de fevereiro de 1997 |
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Petróleo representa 13% das importações
DENISE CHRISPIM MARIN
Ao longo do ano passado, as importações de combustíveis somaram US$ 6,904 bilhões -o equivalente a 12,9% do total das compras externas no período. O valor também representou aumento de US$ 1,322 bilhão, ou 23,70%, em relação a 1995. A variação relativa, medida em percentual, foi menor que a de outros grupos de produtos -ferramentas e utensílios (87,33%), produtos farmacêuticos (57,35%), tratores e demais veículos (48,93%), algodão (33,66%) e adubos (30,19%). A luz amarela para as importações da Petrobrás começou a acender em setembro e outubro do ano passado. Naqueles meses, as compras externas de combustíveis pegaram o governo de surpresa, indicando que elas poderiam ter peso semelhante às de veículos no primeiro semestre de 1995. Em setembro, as compras externas de combustíveis chegaram a US$ 665 milhões -13,94% do total importado- e reforçaram o déficit no mês, que chegou a US$ 655 milhões. Na época, o secretário de Comércio Exterior, Maurício Cortes, afirmou que a importação do petróleo não havia sido prevista e se devia à necessidade de manutenção de níveis de estoques da Petrobrás. O DNC (Departamento Nacional de Combustíveis), por sua vez, explicou que o consumo de gasolina aumentou 17,93%, entre janeiro e setembro, e o de óleo diesel, 5,02%. No mercado internacional, o preço do barril de petróleo aumentou 44% de agosto a dezembro e repercutiu nos gastos com as compras externas. Em outubro, quando a Petrobrás anunciou aumento recorde da produção diária de 880 mil barris para 901 mil barris, as compras de petróleo do exterior foram ainda maiores que as de setembro. Somaram US$ 680 milhões e significaram 12,37% do total importado no período. O mês acabou fechando com saldo negativo na balança comercial de US$ 1,308 bilhão. Bens de capital Em valores absolutos, somente as importações de máquinas e aparelhos mecânicos superaram as compras externas da Petrobrás. Somaram US$ 8,793 bilhões e representaram aumento de apenas 9,10% em relação a 1995. Segundo as argumentações das secretarias de Política Econômica e de Comércio Exterior, essas últimas importações são destinadas à modernização tecnológica das empresas brasileiras. Em médio e longo prazos, de acordo com essa lógica, podem trazer aumento da produtividade nacional e das exportações -argumento que não se encaixa para o caso de combustíveis. Texto Anterior: IBGE registra alta de 5,5% na produção Próximo Texto: Enganos já se tornaram praxe Índice |
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