São Paulo, segunda-feira, 10 de fevereiro de 1997
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Gaviões da Fiel e Mocidade Alegre passam sem empolgar o público

OTÁVIO CABRAL; MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas escolas apontadas como favoritas antes do desfile do Grupo Especial de São Paulo, realizado na noite de anteontem, decepcionaram seus fãs no Sambódromo e se afastaram da briga pelo título.
A Mocidade Alegre, que homenageou o "mago" das vinhetas da TV Globo, Hans Donner, não conseguiu contagiar o público, apesar das inovações que apresentou, muito elogiadas.
O problema principal foi o samba-enredo, que não tinha um refrão forte e não conseguiu entusiasmar o público.
Os melhores momentos foram proporcionados pelas principais estrelas do desfile, Valéria Valenssa, tendo a seus pés o homenageado Hans Donner, que fez questão de desfilar no chão.
Desfile revolucionário
Donner, que fez um investimento pessoal na escola, gastando economias, arrumando patrocínios e pedindo dinheiro emprestado, concordou que o desfile não empolgou o público.
Segundo o designer, esse é o preço que a escola paga por ter feito um "desfile revolucionário".
"Quando você pega uma revista com um desfile de uma escola como a Mangueira, não sabe se é de 1972 ou de 1996, pois são todos iguais", afirmou.
"Nós tentamos mudar isso, usando muitos efeitos especiais e palcos coloridos em cima dos carros alegóricos."
Independente do resultado, ele disse que o desfile foi a maior homenagem que já recebeu.
"Ganhar o desfile é um detalhe. O importante é a homenagem", afirmou Donner.
Gaviões
A Gaviões, segunda maior escola, com 4.100 componentes, sofreu justamente pelo tamanho.
A escola teve problemas de evolução, passou correndo no final e cravou o desfile no tempo máximo permitido: 65 minutos.
Além do excesso de componentes, falhas na dispersão dificultaram o desfile da torcida.
Os gaviões, como boa torcida organizada, se abraçavam e comemoravam o fim da apresentação, em vez de sair rapidamente da área de desfile.
"Para o Timão é tudo mais difícil, o coração fica na boca até o último instante. Mas Deus é corintiano e vai nos dar o título neste Carnaval", apostou o presidente da escola, Paulo Romano, o "Jamelão".
(OC e MO)

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