São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997
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REPERCUSSÃO

Fernando Henrique Cardoso, presidente da República - "Foi uma perda imensa para o Brasil, pelo desempenho que Mário Henrique Simonsen teve como economista e como homem público. Mesmo doente, jamais se furtou a dar sua colaboração, toda vez que foi pedida. É uma perda sensível, em particular, para a Fundação Getúlio Vargas, da qual foi um dos criadores. Para mim, é também pessoalmente uma perda sensível. Eu o conhecia e tivemos contatos que sempre foram muito proveitosos".

Marcello Alencar, governador do Rio de Janeiro - "Para mim, seu maior mérito foi a dedicação à Fundação Getúlio Vargas, onde ele pôde contribuir muito com o país ao formar uma elite. A fundação passou a ser uma escola formadora de elite e Simonsen inspirou muitas das atividades lá desenvolvidas".

Marcílio Marques Moreira, ex-ministro da Economia no governo Collor - "O Simonsen conseguia aliar uma objetividade, um raciocínio até matemático, com a generosidade. Sua crítica tinha um aspecto positivo, era muito mais uma contribuição. E tinha uma visão moderna do Brasil que procurava transmitir em todos os momentos".

Celina do Amaral Peixoto, diretora da Fundação Getúlio Vargas - "Certamente, o que ele mais gostava era de estar na sala de aula como professor, onde dava o máximo de si mesmo e conseguia conciliar a matemática com a música, a economia aplicada com a epistemologia. Perdemos o nosso guru, precisamos somar esforços para substituí-lo".

Eduardo Giannetti da Fonseca, economista, professor da FEA-USP - " Era o economista brasileiro com maior capacidade de construção de modelos matemáticos. Teórico brilhante, pecava pela falta de senso prático. Foi omisso quando ocupou o posto de ministro da Fazenda de Geisel. A política de criação de centenas de estatais, adotada na época, era contrária ao que defendia".

Paulo Nogueira Batista Jr., economista, professor da FGV-SP - "Simonsen aliava grande capacidade de análise das questões econômicas a uma ampla cultura que transcendia os limites da economia. Se destacou como professor e pesquisador. Como ministro, não teve grande sucesso. Presidiu endividamento muito grande do país".

José Luiz Alquéres, diretor do Banco Bozano, Simonsen e ex-presidente da Eletrobrás - "A primeira referência que tive dele foi em 1953, quando entrei no Colégio Santo Inácio, no Rio. Ele tinha saído no ano anterior e os professores diziam que ele tinha sido o melhor aluno da história do colégio. Era uma figura de um brilhantismo excepcional. Embora tenha sido ministro da Fazenda, deve ser lembrado como o criador do Mobral e pela contribuição que deu à Educação".

Franco Montoro, ex-governador de São Paulo e deputado federal (PSDB-SP) - "Ele foi acima de tudo um professor, estudioso dos problemas nacionais. Prestou relevantes serviços ao desenvolvimento do país. Seus discípulos ocupam hoje posições importantes na política brasileira. Foi um homem que trabalhou para o Brasil com dignidade e competência."

Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda no governo Sarney - "Simonsen deixou uma marca muito forte como participante de vários processos de modernização institucional, tanto durante o período de 64 a 67, com a reforma tributária, bancária e do mercado de capitais, como durante sua passagem pela Fazenda. Quando eu era ministro, procurei Simonsen algumas vezes antes de tomar uma decisão importante, e ele recebia esses pedidos de ajuda com extrema boa vontade. Antes do Plano Verão, quando fui pedir sua opinião, fez algumas sugestões e acabou escrevendo um texto sobre juros americanos".

Mário Amato, ex-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) - "O Simonsen foi um ministro que dialogava com os empresários. Não que ele cedesse aos nossos pedidos, mas sempre dialogava conosco. Era um economista eclético: entendia de indústria, de comércio exterior, de bens de capital, do setor financeiro".

Luiz Roberto Cunha, professor de Economia da PUC-RJ e ex-assessor de Simonsen no Ministério da Fazenda - "Ele se caracterizava pela racionalidade, competência, tranquilidade e isenção nas questões econômicas, além de analisar os fatos com muita simplicidade".

Maximiano da Fonseca, ministro da Marinha no governo João Figueiredo - "Conheci Simonsen no ministério. Apesar de termos trabalhado pouco tempo juntos, posso dizer que era uma grande figura, um homem muito sério, que irradiava muita confiança.".

Jarbas Passarinho,ex-ministro do Trabalho no governo Costa e Silva e da Educação do governo Médici - "Foi ele (Simonsen) quem inventou a fórmula para a fonte de recursos do Mobral (1% do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e mais uma parcela da loteria esportiva). Levei ao presidente Médici, a fórmula virou decreto e houve dinheiro bastante para o programa de alfabetização. Eu tinha uma admiração muito grande por ele."

Raul Veloso, ex-chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento - "A principal característica de Simonsen era a capacidade de explicar as coisas mais complexas da maneira mais simples possível. Tudo parecia simples com ele. Eu diria que somente os gênios têm essa capacidade."

Luiza Brunet, modelo - "Acho que conheci o lado 'light' do Mário Henrique Simonsen. Ele era uma pessoa extremamente divertida, animada, que gostava de música e de beber".

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