São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997
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Joãosinho 30 leva bateria funk e carro todo preto na Viradouro

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

A Unidos do Viradouro, segunda escola a desfilar ontem no Rio, inundou a pista de preto no começo de seu desfile e levou, pela primeira vez, funk ao Sambódromo.
Tanto o abre-alas -alegoria disforme da qual se destacavam cabeças de monstros- quanto a ala seguinte eram inteiramente pretos.
A intenção do carnavalesco Joãosinho Trinta era representar o nada e as trevas. O enredo, "Trevas! Luz! A Explosão do Universo", desenvolveu a teoria científica do "Big Bang", pela qual o universo surgiu de uma grande explosão.
As alas seguintes, assim como o segundo carro, eram na cor prata, significando a chegada da luz. "É uma concepção arrojada, diferente do que já foi visto", afirmou Joãosinho. "Faltando três anos para o terceiro milênio, temos que projetar a mente do Brasil para uma nova explosão do homem."
O final do desfile representou a "explosão de alegria do Carnaval", segundo o carnavalesco.
Joãosinho, 63, desfilou com a escola, apesar de estar com o braço direito paralisado, devido a uma isquemia cerebral sofrida no meio do ano passado.
Ao final do desfile, disse que se renovou depois da doença e que acredita na vitória da escola. "A isquemia mudou muito a minha vida. Com esse desfile, provei que estou vivo novamente."
A bateria da Viradouro também inovou ao introduzir, em alguns momentos do desfile, uma batida funk no refrão do samba.
A cada vez que o diretor de bateria comandava os ritmistas nesse sentido, o público aplaudia.
A bateria exibiu "paradinhas" e combinações rítmicas dos tamborins com coreografias.

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